terça-feira, 31 de maio de 2011

Embolada

A embolada é um processo poético-musical que ocorre em várias danças, como o coco, em cantos puros, como o desafio, e que pode também ter vida independente.

Originária do Nordeste brasileiro, onde é freqüente na zona litorânea e mais rara na sertaneja, a embolada tem como características: melodia mais ou menos declamatória, em valores rápidos e intervalos curtos; texto geralmente cômico, satírico ou descritivo, ou consistindo numa sucessão lúdica de palavras associadas pelo seu valor sonoro.

Em qualquer dos casos, o texto é freqüentemente cheio de aliterações e onomatopéias, de dicção complicada, agravada pela rapidez do movimento musical.

Apresenta forma de estrofe-refrão, e a estrofe, conforme descreve Renato Almeida, é em oitava, quase sempre com o primeiro de quatro sílabas e os outros de sete sílabas; quando a oitava é bipartida, o quinto verso, seja, o primeiro da segunda quadra, é também tetrassílabo.

A embolada pode ser de uma volta — o coro canta após cada quadra — ou de duas voltas — o cantador utiliza a estrofe de oito versos.

Para Luís da Câmara Cascudo, a embolada tem como características o refrão e a estrofe de seis versos, enquanto para Leonardo Mota é um tipo de martelo, sendo a estrofe de dez versos com cinco sílabas.

Inicialmente rural, a embolada passou para as cidades, caindo no domínio dos cantores de rádio e de disco. Com essa transferência, sua complicação verbal e sua rapidez foram acentuadas, tendo as suas manifestações urbanas perdido, por isso, um certo lirismo, de que se reveste nas zonas rurais nordestinas.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Encanteria

Encanteria é um culto fetichista observado no Piauí, semelhante à pajelança amazônica. A entidade que se manifesta - espírito humano ou animal - é chamado moço, e cada uma tem seu canto (doutrina) especial.

Segundo o folclorista Câmara Cascudo é uma espécie  de pajelança no Piauí: "Conheço apenas a informação de José Olimpo de Melo (Teresina), que assistiu a uma sessão de encanteria a 17/05/1938, dirigida pelo pai-de-terreiro Gonçalo José de Barros", diz.

E continua: "Num salão amplo, há num canto o alô (oratório), pequena mesa com toalha branca, tendo as estampas de Santa Bárbara (a Virgem), Nossa Senhora do Monte Serrat e uma pombinha de metal, representando o Espirito Santo. Numa garrafa há um líquido de cheiro agradável, que serve para friccionar braços e cabeça dos indivíduos em transe. Há uma forquilha central (guna), em cuja a base fica uma laje com velas acesas. A sessão durou das 19:50 às 24 horas."

"Cantam em uníssono, dia do alô, a quadra: "Pede, pede, pecador/ pede de joelhos / Vem rezar este padre nosso / Vem rezar pela Mãe de Deus." Repetem doze vezes, substituindo o um do terceiro verso pelo número imediato. Depois, o pai-de-santo, acompanhado de todos, ficou no meio da sala, dançando ao redor da Guna. O pai-de-santo chama-se Gonçalo Civiliano (Silvano), informa não ser macumba nem espiritismo e sim encanteria. O movimento, da direita para a esquerda, em círculo, com o pai-de-santo no centro, era coletivo, e cada figurante girava sobre si mesmo. Cada doutrina (estrofe, canto) possui solfa especial."

"Provoca-se desta forma a manifestação do moço, espírito humano ou animal, existindo uma doutrina privativa de cada moço. O pai-de-santo entoa o primeiro verso, até que algum moço se aposse do aparelho e este cante sua doutrina, dançando e atuando."

"Na fase de possessão, a devota aproxima-se da Guna, deixando a roda onde a cantiga ficou mais acelerada e viva. Incensa-se a sala para afastar os espíritos maus e abrandar os fortes e turbulentos, como os do leão e do touro, mais assíduos nas manifestações. O pai-de-santo dirigiu-se ao alô, onde um iniciado, paramentado de vermelho e azul, com colares variegados, predominando o amarelo-ouro, curvou-se sobre a mesa e cantou, curvado, sendo acompanhado pelos ouvintes. Manifestou-se o espírito do caboclo, um dos mais fortes. O aparelho, dançando e contorcendo-se, agarrou-se à Guna (forquilha central). Recomeçaram os cantos e as danças."

Ecu

O ecu é uma dança de origem africana, executada pelas mulheres nos candomblés da Bahia.

Vestidas a caráter, as filhas-de-santo dançam, movimentando os braços de um lado para outro, com o indicador da mão direita tocando o polegar da mão esquerda. É a invocação preparatória para o recebimento do guia (orixá ou santo).

Aos poucos a dança se vai transformando em estremecimentos nervosos, até que de súbito as filhas-de-santo começam a sacudir violentamente os ombros para frente e para trás.

Depois ajoelham-se pouco a pouco, voltando o corpo sobre a anca e sempre mantendo a mesma posição dos dedos das mãos. Por fim levantam-se vagarosamente, até chegar à posição inicial. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dois-dois

O dois-dois é uma denominação popular baiana dos ibejis (ou beijis, ou ibisis, ou igbejis), orixás gêmeos que têm como correspondentes católicos os santos Cosme e Damião, festejados a 27 de setembro.

A festa consiste em refeições oferecidas a sete crianças, seguindo-se o almoço dos adultos, diante do altar onde estão as duas imagens. Após o almoço, todos começam a bater palmas e a cantar versos do folclore relativos a Cosme e Damião, considerados protetores dos gêmeos e das crianças e, por associação, da multiplicação dos recursos e sua conservação.

As crianças brincam, formando círculos, e os rapazes e moças transformam o ritual numa roda de samba, ao ritmo de um atabaque e de um agogô, quando não há pequena orquestra. Os versos são ingênuos e infantis.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dobradiça

A dobradiça é uma dança originária da África Oriental, vinda para o Brasil com algumas alterações, muito comum em Recife PE antes de frevo.

Dança-se individualmente ou com um par, marcando o compasso da marcha carnavalesca. Dobra-se a cintura num sucessivo movimento de vaivém, dando a impressão de dobradiças movendo-se continuamente.

Esse passo foi popularissimo no princípio do século e não desapareceu totalmente. Em sua origem, os dançadores empunhavam lanças, o que não se verificou no Brasil.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dodorom

O dodorom é uma melodia cantada durante a festa de São Gonçalo, nos arredores de Salvador BA, precedida de novenas comuns e seguida de uma espécie de dança acompanhada por uma caixa.

As moças fazem duas filas, cantam as jornadas, semelhantes às dos pastoris, ou alusivas ao santo padroeiro da paróquia então celebrado. Em seguida os homens e mulheres fazem uma roda, alternando-se os pares.

Tem início, agora, o canto dodorom, e os participantes começam a pular. Denomina-se também dodorom a festa de São Gonçalo em Salvador.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Despedida

A jornada da despedida aparece em certos autos tradicionais, como o bumba-meu-boi e alguns pastoris, com os versos “adeus, meu menino! adeus, minha flor” ou “despedida, meus senhores” etc.

Trata-se de uma tradição peninsular para finalizar bailes populares ou serenatas, sendo que nestas a despedida era obrigatória e mesmo ritual.

Aparece ainda em versos e quadrinhas populares, iniciados por frases como “quero dar a despedida”, “eu vou dar a despedida”, “vou-me embora, vou-me embora” etc.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Desfeiteira

A desfeiteira é uma denominação dada na Amazônia a uma das danças do fandango, de origem portuguesa e de caráter lúdico e humorístico, uma vez que envolve o pagamento de prendas.

Dançando pelo salão, os pares devem passar em frente à orquestra, formada por violão, cavaquinho, flauta e às vezes trombone. No momento em que cessa a música, o par que ficou em frente da orquestra é obrigado a dizer um verso, sempre improvisado pelo cavalheiro. Não se saindo bem na tarefa, o par é vaiado e deve pagar uma prenda.

Semelhante à graciana, no tocante aos versos, a desfeiteira é, como o vilão, uma dança de entremeio, própria ao descanso. Ainda que os versos se revistam de caráter sincrético em algumas regiões amazônicas, com mistura de português e elementos da língua tupi-guarani, é mais nítida a influência européia na composição e mesmo no arcabouço dos versos, de rimas em ABCB, de ritmo redondilho.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Desafio

O desafio é um canto puro que às vezes pode aparecer em danças cantadas. Existiu em toda a Europa, chegando ao Brasil por via portuguesa.

Bastante popular principalmente no Nordeste, onde é conhecido como cantoria, porfia ou peleja, existe em outras regiões, sendo mais comum no interior do que no litoral.

No Paraná é conhecido também como porfia, que, segundo Renato Almeida, “é tirada ao meio das danças sertanejas, nos fandangos”. Consiste essencialmente num torneio poético em que dois cantadores medem seus talentos de improvisação. Um dos cantadores inicia a provocação, a que o outro deve responder com presteza, dentro das perguntas feitas ou do assunto proposto. O torneio dura até que um dos contendores não consegue responder ou se declara vencido.

O maior atrativo do desafio está na poesia, sendo a música mero acompanhamento, com melodias de estrutura simples. A viola pode acompanhar tudo num só acorde. Além desse instrumento, são empregados rabeca e sanfona — esta substituindo a viola no Rio Grande do Sul. O pandeiro também foi usado por cantadores do passado, como o célebre Inácio da Catingueira.

Dandão

O dandão ou dão-dão é uma dança ou série de figuras coreográficas pertencentes ao fandango do Rio Grande do Sul e São Paulo. De origem açoriana, o dandão é uma espécie de polca dançada ao som de violas.

Os violeiros tocam e cantam, enquanto os dançantes ficam parados. Estes só dançam quando os violeiros param de cantar e apenas tocam as violas.

Há também o dandão-da-bananeira e também o dandãozinho, danças do fandango do litoral do Estado de São Paulo, sem maiores informações bibliográficas.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Danças das corporações de ofícios

As danças das corporações de ofícios são manifestações de regozijo público, no período colonial, obrigatoriamente incluídas nos festejos por acontecimento importante na vida da casa real e quando das festas religiosas.

De origem portuguesa, eram danças acompanhadas por música exuberante, criadas e executadas pelas corporações de ofícios. Havia uma dança típica de cada ofício — a dos alfaiates, dos carpinteiros, dos pedreiros, dos ferreiros, dos sapateiros, dos entalhadores, dos ourives, dos armeiros, dos músicos etc. — e cada corporação desfilava com trajes característicos, sempre precedida por seu estandarte ou bandeira.

Além da sua dança própria, as corporações podiam criar danças e músicas especiais para determinadas festividades, como contribuição espontânea ou por solicitação das autoridades competentes.

Em São Paulo, na dança das quitandeiras e padeiras que saiam nas procissões de Corpus Christi, por volta de 1743, era importante a figura da péla, bailarina conduzida no ombro de outra, ambas executando as mesmas cadências coreográficas.

As danças das corporações de ofícios transformaram-se com o correr doas anos, desvincuando-se da primitiva interpretação rígida, secular — imposta pelas organizações, que condicionavam o assunto, os detalhes coreográficos e a música — e sobreviveram por seu caráter recreativo, já sem ligação com o passado.

Fonte; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dança do tipiti

A dança-do-tipiti é também denominada índios tarianos, índios aimorés, dança-do-pau-de-fita ou apenas tipiti, ocorre na região amazônica.

Semelhante a um auto popular, mas quase sem canto, divide- se em várias partes: tipiti, pau-de-fita, cacetão, cacetinho cruzado, cacetinho doido (danças de bastões, como nos moçambiques), palma (jogo de mãos ritmado), trança do lenço, anta, queda, rede e croché.

A exibição do auto leva duas horas, e os figurantes se vestem à moda indígena: são rapazes e moças, em número igual, que varia de 12 a 36 ou mais. O mastro ou pau de onde partem as fitas coloridas tem três metros, terminando por um florão ou simplesmente um tope.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dança do tambor

A dança-do-tambor é uma espécie de samba cantado, com versos improvisados na hora, dançado em terreiro batido e limpo. Também conhecido como ponga, punga, dança-do-tambor e tambor-de-crioula.

Popular no Maranhão (interior e capital), ao que parece o único lugar onde o termo é corrente, designa na dança a umbigada.

Dispostos em círculo, homens e mulheres aguardam o toque inicial do tambor grande. Quando a função começa, cada figurante dá dois passos à frente e uma rodada, encaminhando-se na direção de quem vai levar a punga. Com a barriga empinada, procura atingir com o umbigo o escolhido.

Esse gesto, a um tempo cômico e lascivo, provoca risos e gritos de triunfo entre os participantes e a assistência. E assim prossegue a dança, acompanhada pelos tambores em vigorosa marcação. Quem recebe a punga entra na dança e executa os mesmos passos, pungando a outrem.

Atualmente a dança parece ser bastante diferente da primitiva, inalteravelmente marcada pelo tambor. Dança semelhante ao bambelô. No Maranhão é também jogo coreográfico semelhante à pernacla.

Dança dos tapuias

A dança-dos-tapuias é uma dança dramática ou folguedo de inspiração ameríndia, registrado em Goiás e na cidade de Araguari, Minas Gerais.

Em 1925 Americano do Brasil descreve essa dança como “um arremedo fiel da caterã indígena”, variando bastante de acordo com os locais e as tribos de onde foi assimilada.

Dança dos romeiros

A dança-dos-romeiros foi observada durante os festejos da transladação do Santíssimo Sacramento da igreja do Rosário para a nova matriz de Vila Rica de Albuquerque (atual Ouro Preto) MG, em maio de 1733.
As referências indicam somente que tinha andamento lento e solene, como as danças lusitanas do tempo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

domingo, 29 de maio de 2011

Dança dos quatis

A dança-dos-quatis é uma simulação de uma caçada de quati (animal mamífero carnívoro que vive na América tropical), encontrada em Goiás.

É dançada exclusivamente por homens, dispostos em duas alas, cada uma com um violeiro na extremidade. Tocam um rasgado e saem dançando e cantando, acompanhados pelas respectivas alas, fazendo voltas, reviravoltas, círculos. 

Os violeiros entoam quadras sempre acabadas em ou, enquanto os dançantes imitam o latir dos cães, gritando au-au-au.

A graça está no latir de cada um dos dançantes. Por fim, escolhem um assistente e todos começam a latir contra ele, que fica sendo o quati. Ver jogos coreográficos adultos.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dança dos pajés

A dança-dos-pajés é uma dança dramática ou folguedo de inspiração ameríndia, com bailados e cantorias. Auto incluído entre os do ciclo de Natal.

Sua tradição se perdeu, tendo sido executado pela última vez em Icó, interior do Ceará, em 1837. Os índios, dançando e cantando, combatiam e matavam a personagem principal, uma serpente, representada por um imenso canudo de pano pintado de várias cores, mosqueado de negro, tendo no interior um homem que fazia os movimentos necessários. As cenas ruidosas e cheias de incidentes — lutas, caçadas, rastreamentos — procuravam rememorar a vida dos ameríndios.

Também conhecida como auto-dos-pajés.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dança dos músicos

A dança-dos-músicos é a dança que participou da processão de trasladação do Santíssimo Sacramento da igreja do Rosário para a nova matriz de Vila Rica de Albuquerque (atual Ouro Preto) MG, realizada em maio de 1733.

Era executada pela corporação dos profissionais especializados em instrumentos de sopro, os choromeleiros (charameleiros), havia muito incorporados à corte portuguesa e cujo nome provém de um instrumento de sopro, a charamela. Ver danças das corporações de ofícios. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Dança dos jardineiros

A dança-dos-jardineiros é uma dança dramática ou folguedo, provavelmente extinto.

Há referências de sua realização no Rio de Janeiro RJ, no século XIX, durante as festas do Divino Espírito Santo.

Segundo Melo Morais Filho, os figurantes se vestiam a caráter e tal costume vinha das “grandiosas festas do tempo do Rei”.

Talvez isso indique uma reminiscência da danças das corporações de ofícios, tendo em vista seu próprio nome e a existência de outras danças semelhantes, como a dança-dos-alfaiates.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Dança dos facões

A dança do facão ou dança-dos-facões é dança popular no Rio Grande do Sul (Vacaria, Lagoa Vermelha, São Francisco de Paula) e em Santa Catarina, na região da cidade de Lages.

É dançada por par masculino, munido de dois facões afiados — o que exige agilidade e rapidez de reflexos. Parece ter raízes distantes nas danças de esgrima, em que são empregadas espadas ou facas.

Esse tipo de dança foi registrado na Ásia, Europa Oriental e África muçulmana, em regiões de aglomerados predominantemente masculinos. No Brasil encontram-se similares, existentes em Minas Gerais e Goiás.



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Dança dos congos

A dança-dos-congos é citada por Guilherme de Mello como: “... se apresentam os ourives em forma de embaixada”, sem maiores detalhes.

Não se tem pormenores sobre a dança dos congos ou reisados dos congos na Bahia. Mas, sabe-se que, em 6 de junho de 1760, foi apresentada a dança dos congos no Paço do Conselho da cidade de Salvador, festejando-se o casamento da princesa real, D. Maria I, com D. Pedro III. O reinado do Congo se compunha, então, de mais de 80 máscaras, com fardas ornamentadas de ouro e diamantes.

As representações do Congo eram comuns em Portugal, durante as comemorações de Nossa Senhora do Porto. Na Bahia, atualmente, existe apenas o congo na cidade de Juazeiro, com adaptações que o afastam do formato tradicional, entoando cânticos em louvor à Virgem do Rosário, durante as suas comemorações, no último domingo do mês de outubro.

Fontes: http://carnaxe.com.br/dic/t/ternosdereis.htm; Enciclopédia da Música Brasileira.

Dança dos carijós

Frei Manuel
A dança-dos-carijós é uma dança que fazia parte da procissão realizada por ocasião dos festejos comemorativos da chegada à cidade de Mariana MG do primeiro bispo de Minas Gerais, d. Frei Manuel da Cruz, em 1748.

Era executada por onze mulatos jovens, nus da cintura para cima, com plumas cinzentas caídas até os joelhos, como se fossem uma saia; em torno da cabeça tinham penachos das mesmas plumas e outros ornamentos de papel pintado e lata retorcida; nos braços e pernas levavam fitas amarradas, lascas de madeira e guizos; nas mãos, arcos usados como instrumentos de percussão (preaca).

Ao som de tamboril, flautas e pífaros pastoris, tocados por mulatos mais velhos, cantavam toadas, ao mesmo tempo em que enredavam os arcos.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Balainha

A balainha é uma dança da região litorânea dos Estados do Paraná e de Santa Catarina. É citada com o nome dança-do-balainho, sem descrição, pelo folclorista Rossini Tavares de Lima.

Conhecida também com o nome de "arcos floridos" ou "jardineira", é desenvolvida com os pares de dançantes, cada um deles, sustentando um arco florido. 

No início, os pares em fileiras fazem movimento ondulante passando, ora por cima, ora por baixo dos arcos dos demais pares; formam depois grupos de quatro pares que, em círculo, intercruzam seus arcos no alto, armando assim as “balainhas”.

Ao final desmancham as “balainhas” e retornam à posição inicial, com movimentos sincronizados e sequenciais.



Fontes: Danças Folclóricas Brasileiras - Sul - Cantaiada e Poemia; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dança do peixe

A dança-do-peixe é um divertimento popular observado em 1850 na ilha de Catuá Grande, no rio Solimões; curiosa reunião temática de rondas infantis portuguesas e danças indígenas do Brasil Central e Setentrionais.
Também conhecida como pirá-puraceia (ou pirapuraceia), consiste numa roda de rapazes e moças, ficando um ao centro, representando o peixe, juntamente com os músicos, todos marcham em fila indiana, entoando um canto monótono — em tupi ou português — cuja letra era inventada pelo “chefe”.

Acabada a cantiga, todos se dão as mãos e perguntam ao que está no centro que tipo de peixe ele é. Ele responde e em seguida tenta fugir da roda, e a pessoa que o deixa escapar vai para o seu lugar.

Em vez de nomes de peixes, às vezes são usados nomes de animais, flores ou outros objetos, com isso surgindo muitos apelidos para a pessoa que estava no centro.

Os processos de criação músico-poético podem ser considerados uma mistura de português (a escolha dos nomes, o jeito de escapar, o fugitivo substituído pelo
que causou a evasão, a improvisação poética) e tupi (os apelidos, a perseguição do fugitivo, a denominação retirada da ictiofauna). Semelhante ao jacundá.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

Dança de velhos


A dança-de-velhos, que não tendo parte representada, consiste numa coreografia pura, executada por figurantes fantasiados de velhos.

Assinalada por Mello Morais Filho na província do Rio de Janeiro do século XIX, durante as festas do Divino Espírito Santo, foi descrita como dança da qual participavam doze velhos “cabeçudos”, de óculos e com casas de rabo-de-tesoura e botões de papelão. Supõe-se que esse termo indique o uso de máscaras. Arrastando os pés, os “velhos” seguiam para um tablado, sob risos e aplausos dos assistentes.

Dança de São Gonçalo

A dança-de-são-gonçalo é uma cerimônia coreográfico-religiosa, de origem portuguesa (festa das regateiras, do Porto), realizada em louvor de São Gonçalo do Amarante.

Trazida para o Brasil pelos colonizadores, difundiu-se por quase todo o país. Além do conteúdo religioso (homenagem ao santo considerado casamenteiro e patrono da fecundidade humana), chegou a ter em certa época caráter erótico, já desaparecido.

Dança das fitas

A dança-das-fitas é uma dança infantil da cidade de Parati, Rio de Janeiro, executada por 11 pares (meninos e meninas) e semelhante ao pau-de-fita.
Compreende três partes distintas. Na primeira, os dançantes entram no salão carregando nos ombros um mastro em que estão amarradas pela ponta 22 fitas coloridas. 

O mastro é colocado no centro do salão, ficando as crianças dispostas em círculo, segurando as pontas soltas das fitas.

A segunda parte tem início com as meninas e meninos girando em sentidos inversos, alternando um passo à esquerda e outro à direita, de modo que formem com as fitas como que um tecido entrelaçado. Ainda na segunda parte repete-se toda essa movimentação ao contrário, desenrolando-se as fitas do mastro, repetindo-se a música tantas vezes quanto for necessário para que a trama seja desfeita.

Quando as fitas estão desenroladas, é repetida a música de entrada, e os dançarmos saem levando o mastro: está encerrada a dança, que provavelmente é acompanhada por viola.

Em outras épocas, era realizada defronte à matriz de Nossa Senhora dos Remédios, por ocasião dos festejos em homenagem ao Imperador do Divino. Atualmente tem lugar durante os festejos juninos. Em São Paulo é o nome do pau-de-fita e em Minas, dança-da-trança.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dança da Santa Cruz


A dança-da-santa-cruz é uma cerimônia coreográfico-religiosa que tem lugar durante a festa da Santa Cruz, celebrada nos dias 2 e 3 de maio e, ao que parece, existente apenas no Estado de São Paulo (na foto: a cerimônia em Carapicuíba-SP).

Aparenta-se parcialmente ao costume português em que um grupo de indivíduos, partindo de uma igreja, vai entoar cantigas religiosas diante de cada casa do lugar. Pela localização geográfica e coreografia, a dança parece representar a permanência de costumes vindos do primeiro século da colonização e nascidos da catequese jesuítica. Tem semelhanças com o cateretê, em suas características básicas, e comumente termina pelo cururu.

Alceu Maynard Araújo assim descreve a dança realizada em Itaquaquecetuba, São Paulo, em 1949: “Ao redor da praça e nalgumas ruas da vila, as casas ostentam na sua face externa entre a janela e a porta, a uma altura de mais ou menos dois metros, uma cruz. (...) É defronte das cruzes que passam a noite dançando... e às vezes vão até o meio-dia. (...) Para a dança não há traje especial. É uma dança de roda, que gira no sentido lunar, isto é, contrário ao dos ponteiros do relógio. Os dançantes vão batendo os pés compassadamente sob o ritmo da viola. Pateiam duas vezes com o pé esquerdo e uma com o pé direito, obrigando o corpo a um bamboleio repicado. (...) À frente dos dançantes vão dois violeiros; e atrás de um deles, um tocador de adufe. Os violeiros são ‘mestre’ e ‘contramestre’. Imediatamente atrás vêm o ‘tipe’ e o ‘contralto’. O ‘tipe’ era também o tocador de adufe. (...)

Dança da caçada

A dança-da-caçada é uma dança dramática ou folguedo da cidade de Itaúna, Minas Gerais. Não há maiores informações bibliográficas a respeito, porém, pelo nome, talvez seja possível relacioná-la a danças como jacundá e dançados-quatis.

Do site Poemia vem informações sobre a "Dança do Retiro Novo" e "Dança da Caçada", que está escrito assim: "De ex-aluna recebi informação destas duas danças mineiras de Itaúna, distrito de Ponta da Serra. A Primeira recorda a mudança dos Passos para um novo retiro ou fazenda, com os dançadores a carregar objetos de uma sala para outra. A Outra lembra uma caçada mal sucedida em mata assombrada."

No mesmo site encontramos referências sobre um LP de 1968 da cantora Ely Camargo, denominado "Danças Folclóricas e Folguedos Populares – com violas e coro – orientação prof. Rossini Tavares de Lima". Na faixa onze há "Dança do Retiro E Dança da Caçada", do folclore de Itaúna, recolhido por Rossini Tavares de Lima.

Fontes: Poemia; Enciclopédia da Música Brasileira.

Dança dramática

A "dança dramática" é uma expressão criada por Mário de Andrade para designar os bailados coletivos que obedecem a tema tradicional e caracterizador, respeitando o principio formal de suíte (seqüência de motivos), podendo incluir ou não trechos de representação dramática. 

A partir de 1947, os folcloristas brasileiros adotaram as palavras folguedo e auto para designar essas manifestações. O próprio povo não possui nome genérico que englobe todos esses bailados; as denominações populares mais gerais permitem apenas a divisão de alguns deles em três grupos: 

1) bailes pastoris, manifestações de caráter burguês e de origem semi-erudita, comemorando o Natal; 

2) cheganças, celebração das aventuras marítimas portuguesas e das batalhas entre cristãos e mouros; e 

3) reisados, manifestações de inspiração variada, cada um apresentado em um ato, a seqüência terminando sempre com o bumba-meu-boi. 

As danças dramáticas surgiram no Brasil provavelmente em fins do séc. XVIII ou inícios do XIX, atingindo seu apogeu durante o reinado de Pedro II (1840/89). Existem até hoje por quase todo o Brasil. O enredo gira em torno de motivos tradicionais, e a letra, os episódios, a coreografia e a música são criados ou adaptados pelo povo. 

Realizam-s principalmente no Natal e no dia de Reis, embora algumas ocorram durante as festas do Espírito Santo, de São João (junho) e no Carnaval (menos freqüentemente). São encenadas ao ar livre, defronte às casas de pessoas gradas. O fato de essas danças serem apresentadas em datas do calendário religioso católico não significa que elas tenham cunho necessariamente religioso. Ao contrário, versam geralmente assuntos profanos. Suas características misturam tradições ibéricas, africanas e lembranças ameríndias.

Estruturalmente dividem-se num cortejo dançado nas ruas, parte móvel chamada pelo povo de cantigas, e numa embaixada, a parte fixa, representada, à qual também se associam cantos e danças. Não se incluem nessa estrutura o maracatu e as taieiras, que são apenas cortejos, não chegando a constituir autos propriamente ditos. 

As danças dramáticas têm participação quase exclusivamente masculina, o que revela a ausência de intrigas amorosas nessas manifestações. A única exceção é dada pelos pastoris, representados só por mulheres. 

Apesar das suas origens variadas, as danças dramáticas adquiriram no Brasil, através da mestiçagem caráter nacional, sem equivalentes em qualquer parte da Espanha ou de Portugal. A única exceção também são os pastoris, continuadores da tradição ibérica dos vilancicos.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Dança de turcos e cristãos

A Dança de turcos e cristãos é observada durante os festejos da trasladação do Santíssimo Sacramento, da igreja do Rosário para a nova matriz de Vila Rica de Albuquerque (atual Ouro Preto) MG, em maio de 1733.
Acredita-se que tenha sido uma evocação marítima, com 16 figuras de cada lado, incluindo entre os personagens um general e um alferes.

Possivelmente essa dança adquiriu no Brasil novas características, ganhando novos figurantes, constituindo-se em auto, como a chegança, barca, marujada, fandango e a antiga xácara portuguesa Nau Catarineta.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Cutilada

A cutilada é um conjunto folclórico coral e instrumental que participa das festas aos oragos da capelas ou templos.
Típico do alto sertão da Paraíba e Pernambuco, é formado por dois pifes, um maior e outro menor, um zabumba e um tambor, sendo que em Pernambuco há também uma sanfona.

O conjunto comparece ao adro da igreja, executando seu programa vocal e instrumental, com os figurantes em círculo. Os pifes tocam melodias com motivos bastante complicados para as possibilidades do instrumento.

Um desses motivos foi aproveitado em música erudita, na Quarta dança brasileira, para grande orquestra, de José Siqueira.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cururu

Grupo entoando o Cururu
O cururu é uma dança com canto em desafio, ligada às festas religiosas populares existentes em São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Em tupi-guarani (kururu), a palavra designa um tipo de sapo grande.
Para Mário de Andrade, trata-se de dança ameríndia incorporada pelos jesuítas às festas religiosas realizadas fora ou dentro do templo. João Chiarini rejeita a hipótese, afirmando ser o cururu “cantoria luso-afro-brasileira”.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Curitibano

O curitibano é uma dança de roda do fandango, registrada em Campo Largo, Paraná. Dela participam jovens solteiros. Há quadrinhas cantadas com declarações de amor, despeitos e ciúmes.
Forma-se uma roda de pares sem número determinado e iniciam-se os movimentos numa espécie de requebrado, ao ritmo da música tocada em gaita. Um dos pares é escolhido para começar o prélio poético e dá uma volta, dançando em torno da roda e separando-se em seguida. O rapaz tira então um verso numa toada piegas, que é respondido pela moça.

Depois, o par volta a enlaçar-se e vai dançando até o lugar da roda de onde saiu. E imediatamente substituído por outro par, que repete a encenação. A dança só termina quando todos os pares tiverem cantado.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cultos fetichistas

Cultos fetichistas são cultos religiosos de caráter mágico, existentes em vários Estados brasileiros, que apresentam um corpo de crenças e de ritos mais ou menos definidos e organizados.

Há basicamente dois tipos de cultos fetichistas: um, de origem africana, e outro, de formação nacional.

Os primeiros são de estrutura mais nítida, ainda que penetrados pela influência católica e espírita. Os nomes variam de acordo com as regiões onde aparecem, mas apresentam em geral estrutura semelhante, com pequenas diferenças relativas às particularidades das respectivas culturas africanas de onde provieram.

Os mais conhecidos são a macumba (Rio de Janeiro), o candomblé (Bahia), o xangô (Pernambuco, Paraíba, Alagoas), o tambor-de-mina (Maranhão), o babaçuê (Pará). No Rio Grande do Sul recebem o nome de batuque.

O segundo grupo apresenta uma fusão de elementos emprestados à feitiçaria afro-brasileira, ao catolicismo, ao espiritismo e principalmente aos costumes ameríndios. São eles o candomblé-de-caboclo (Bahia), a catimbó ou catimbau (todo o Nordeste), a pajelança (Amazônia, Maranhão, norte do Piauí) e provavelmente o mal conhecido tambor-de-crioulo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998.

Cuíca

A cuíca é um instrumento membranofone de fricção. Também chamada puíta ou puita (Nordeste), omelê (Rio de Janeiro), adufo (Alagoas), tambor-onça (Maranhão), onça (médio São Francisco), roncador, fungador e socador (Maranhão e Pará), e ronca.
Parece ter sido trazida para o Brasil por negros bantos, embora não se tenha certeza disso. O nome é de procedência angolo-conguense.

Lembra, pela forma, um tambor, que tem internamente uma haste de madeira presa ao centro do couro distendido. Essa haste, friccionada com pano úmido ou com a mão molhada, faz com que a membrana vibre, produzindo um ronco.

Usada em várias manifestações afro-brasileiras, especialmente no candomblé e na macumba.

Esse instrumento é de uso muito difundido no acompanhamento de gêneros de música popular, como o samba, principalmente a partir da década de 1930.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cucumbis carnavalescos

Um grupo carnavalesco de cucumbis do começo do séc. XX
Desde a segunda metade do século XIX já se nota a presença, nas ruas do Rio de Janeiro, de grupos de Cucumbi durante os dias de carnaval. Necessitados de autorização policial para desfilar, esses grupos, compostos basicamente de negros, se aproveitavam da liberalidade característica do período carnavalesco para conseguirem as autorizações necessárias para suas apresentações.
Os primeiros cucumbis a se apresentarem durante o carnaval mantinham sua organização original. Mas, pouco a pouco os encontros com os diversos grupos carnavalescos que tomavam as ruas do Rio de Janeiro acabaram inspirando novas formas de apresentações. Com isso, surgem os chamados Cucumbis Carnavalescos

Felipe Ferreira, em seu livro Inventando carnavais aborda o assunto e destaca alguma citações na imprensa. Alguns exemplos:

Cucumbi

Festa de Nossa Senhora do Rosário, a padroeira dos negros (Rugendas).
O cucumbi é uma dança dramática ou folguedo. Alguns autores a consideram de origem banto. Segundo Melo Morais Filho, o nome era dado na Bahia aos negros congos que, no dia da circuncisão dos filhos (ritual da puberdade), faziam uma refeição de cucumbe (?) e realizavam o bailado do cucumbi. 

Artur Ramos vê em cucumbe — que ele chama cucumbre — a origem do termo cucumbi (provavelmente “pepino”, como se depreende do espanhol e do francês, deixando presumir influência remota islâmica, o que excluiria a hipótese banto como origem africana).

Cucumbi (2)

O cucumbi é um instrumento folclórico de origem africana, usado na dança homônima e também nas taieiras.
A "Enciclopédia da Música Brasileira" diz que não há maiores informações bibliográficas.

O "Dicionário de termos e expressões da música" (de Henrique Autran Dourado) informa que o cucumbi é um instrumento folclórico afro-brasileiro semelhante a um chocalho, e é empregado junto aos ganzás na percussão da dança homônima.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionário de termos e expressões da música - Editora 34.

Corta-jaca

Chiquinha compôs Corta-jaca,
e é improvável sua relação com
a já existente dança homônima.
O corta-jaca é uma dança individual, ginástica e solta, de origem discutida. Para alguns procede da Espanha, enquanto outros a consideram criação brasileira.

Caracteriza-se pela movimentação dos pés, sempre muito juntos e quase sem flexão das pernas. Os pés movimentam-se da mesma forma que uma navalha, passando continuadamente sobre um assentador de barbeiro, como no corte da jaca.

Dão a impressão de deslizar, embora se consiga ouvir bem o sapateado, que marca a melodia simultaneamente com o ponteio das violas.

É rápida e difícil, com andamento de alegretto, exigindo perícia e esforço do dançador. O movimento dos braços no corta-jaca não tem nenhuma função específica, além de manter o equilíbrio; é uma dança toda calcada no movimento dos pés.

Corrupio

O Reisado em Viçosa, Alagoas.
O corrupio é uma designação de um dos passos das danças cantadas do reisado de Viçosa, Alagoas.
O dançarino faz com o calcanhar esquerdo um giro do tipo pião, com uma volta rápida para o mesmo lugar. A seguir, apoiado no calcanhar direito, executa a mesma figura, girando em sentido inverso.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Corriola

A corriola é uma dança do fandango de São Paulo. Sob o comando de um violeiro-cantador, que é o dirigente (mestre) da dança, homens e mulheres dançam em roda, com pequenos passos de valsa.
A parte curiosa da dança é o seu final, quando o mestre, num versinho, impõe uma “sentença” a cada participante: cantar como galo, grunhir como porco, cacarejar feito galinha, abraçar alguém, rezar uma oração, mugir como vaca.

Como acontece nos jogos de prendas, os participantes só podem deixar a roda quando cumprirem suas respectivas “sentenças”.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cordão-de-bichos

O cordão-de-bichos é uma dança dramática ou folguedo, de origem ameríndia, realizado nas festas de São João, na Amazônia.
São grupos que se fantasiam de animais ou levam um figura de animal. O enredo geralmente se baseia no princípio da morte e ressurreição da figura que dá nome ao cordão, a exemplo do que ocorre em várias danças dramáticas, como no bumba-meu-boi.

Os cordões-de-bichos têm música variada, agradável e originalíssima, que mexe com os assistentes. Os instrumentos utilizados são os mesmos dos reisados.

Coquinhos

Coquinhos - Angra dos Reis RJ

Coquinhos é uma dança de homens que, divididos em grupos com fantasias de cores diferentes, cantam e dançam ao som do castanholar de pequenos cocos.

É encontrada no litoral sul do Rio de Janeiro e no litoral norte de São Paulo (Picinguaba, município de Ubatuba).

Não sei se há alguma relação, mas na Festa do Divino em Angra dos Reis, RJ, há a "Dança dos Coquinhos", com cerca de 33 participantes (crianças com altura até 1,20cm), que representam os filhos de escravos que dançavam para o imperador.

Usam máscaras, capa e roupas vermelhas com guizos. Dançam com cascas de coquinhos nas mãos acompanhando o ritmo da música. Estão sempre junto ao Menino Imperador.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; http://diariodovale.uol.com.br/noticias/0,17618.html.

domingo, 1 de maio de 2011

Convidado

O "convidado" é uma dança do fandango de São Paulo. Os pares dispõem-se no salão apenas defrontando-se (figura: a dança do fandango). 
Enquanto os violeiros tocam e cantam as estrofes, os dançadores balanceiam, valsando de um lado para o outro. Quando o estribilho é cantado, os pares se enlaçam e saem rodopiando pelo salão. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Conguê

O conguê é uma provável dança dramática ou folguedo pernambucano exibido durante festejos religiosos.
É citado por Pereira da Costa, sem descrição, junto a fandango, bumba-meu-boi, mouros, caboclinhos. O nome é possivelmente derivado da palavra congo.

É o que diz a Enciclopédia da Música Brasileira. Pesquisei na Internet sobre "conguê" e  encontrei escassas informações e pior, diversificadas, sobre essa palavra que pode também significar um intrumento musical de origem africana ou um ponto de Candomblé. Há ainda um centro de cultura "Conguê" em Belo Horizonte.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Outros sites onde citam essa palavra.

Congadas

As congadas são também chamadas de congados e congos, e são danças dramáticas ou folguedos realizados entre as festas de Natal e de Reis, ou durante os festejos de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e do Divino Espírito Santo (ilustração acima da congada por Rugendas).
Sua formação é nitidamente nacional, ainda que na origem constitua uma mescla de tradições africanas com elemento de bailados e representações populares luso-espanholas. Consiste num cortejo real, ligado a uma parte representada — a embaixada —, que versa sobre assunto guerreiro.