Guerreiros é uma dança dramática ou folguedo de Alagoas. Pode ser considerada versão local do bumba-meu-boi, pois apresenta peças e figuras semelhantes às de uma série de reisados. A isso foi agregado, na parte inicial, um episódio fundado numa tradição ibérica e em reminiscências ameríndias.
É um folguedo que parece ter nascido por volta de 1930. Ocorre na mesma época que os reisados e é divisível em oito partes distintas, não interligadas, cada uma com assunto completo. A maioria dos episódios tem apenas um personagem. É ele quem canta, alternando com o coro e com o mestre.
A primeira parte mistura reminiscências de lutas entre cristãos e mouros numa briga entre caboclos (índios) e guerreiros. As sete partes restantes apresentam os seguintes personagens, cantando e dançando: estrela-d’alva, borboleta, sereia, Mateus e capitão-do-campo (que lutam), Lira (que é assassinada pelos caboclos) e o boi — o mesmo do bumba-meu-boi, revivida aqui apenas a passagem de sua morte e ressurreição.
Luís da Câmara Cascudo refere-se ainda a personagens como rei, rainha dos guerreiros e rainha da nação, primeiro e segundo embaixadores, o índio Peri, dois palhaços, damas etc. Descreve também as vestimentas: chapéus imitando catedrais, coroas, tiaras com miçangas, fitas prateadas e outros enfeites. Diz esse autor que “a coreografia é pobre, e os instrumentos constavam apenas de sanfonas (uma para cada grupo) e vários pandeiros”. Segundo sua descrição, havia dois grupos de guerreiros.
Um folguedo dos guerreiros descrito por Artur Ramos apresenta outros personagens, como o rei dos caboclos, dois contraguias, governador, dançador de entremeio e os já descritos antes.