A nau-catarineta é uma dança dramática com enredo tragicômico de uma nau sem rumo. Os personagens são o tenente-general, o capitão-patrão, o imediato, o piloto, o capitão-de-artilharia, o médico, o capelão, o contramestre, o gajeiro, o vassoura e o ração — os dois últimos, personagens cômicos. Melo Morais Filho menciona também um personagem por nome surjão (cirurgião).
Alguns participantes, vestidos de marinheiro e carregando nos ombros pequeno navio de velas içadas, desfilam no centro de um cortejo, que atravessa as ruas dançando e cantando uma marcha. Enquanto caminham, os personagens imitam o andar balançado, característico dos marujos de longo curso, e vão entoando uma canção que prenuncia os combates.
Chegados a um ponto determinado ou a uma casa, o navio é depositado, e começa a representação. O contramestre, de chapéu na mão, apresenta sua infantaria, e o auto desenvolve-se em torno do navio, sob a direção do capitão, que marca com apitos o início e o fim de cada um dos numerosos episódios, às vezes mesclados com fatos relativos a lutas contra os mouros. Isso ocorre no Ceará, na Bahia e na Paraíba, enquanto que em Pernambuco e Rio Grande do Norte não aparecem mouros nem lutas.