segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cordão-de-bichos

O cordão-de-bichos é uma dança dramática ou folguedo, de origem ameríndia, realizado nas festas de São João, na Amazônia.
São grupos que se fantasiam de animais ou levam um figura de animal. O enredo geralmente se baseia no princípio da morte e ressurreição da figura que dá nome ao cordão, a exemplo do que ocorre em várias danças dramáticas, como no bumba-meu-boi.

Os cordões-de-bichos têm música variada, agradável e originalíssima, que mexe com os assistentes. Os instrumentos utilizados são os mesmos dos reisados.


O cordão-dos-bichos no Pará

O "Tem-tem" foi criado pelo Sr. Manoel da Silva, estudioso do folclore, em 1930. Em meio a um grupo animado de garotos na praia do Cruzeiro, em Icoaraci, teve a idéia de criar um "cordão de bichos". E assim surgiu o "Tem-tem", formado apenas por meninos de 8 a 14 anos. O grupo cresceu e passou a ser representado por adultos. Com o falecimento do Sr. Manoel o grupo ainda continuou em Icoaraci. Hoje é liderado pelo Sr. João Ramos, entusiasta do folclore, que imprime muito luxo e colorido ao grupo que se apresenta com rica indumentária.

O "Rouxinol" é um grupo tradicional coordenado pelo Sr. Neco e depois pela Sra. Libânia. Com a morte dos fundadores o cordão continuou firme, quando em 1930 a Sra. Julieta assumiu. Com muitas dificuldades o Rouxinol já não concorria mais, só saía para brincar. Em 1950 o professor Laércio Gomes assumiu a direção. Ele é escritor, compositor das peças e maestro das músicas, conhecido como "Pena de Ouro" do folclore paraense. A partir daí o Rouxinol passou a ser novamente um grupo representativo da preservação e divulgação do nosso folclore.

O "Beija-flor" existe desde 1963. Seu fundador foi o Sr. Manuel Lima, que junto com um grupo de amigos no Souza Bar, no bairro de São Braz, num momento de euforia, teve a idéia de criar um cordão. Com a morte de seu fundador, o "Beija-Flor" seguiu em frente sem se abalar, sempre seguindo a tradição da simplicidade, da beleza e da originalidade.

O "Tucano" é um grupo tradicional da terra, tendo sido fundado em 1928 pelo senhor Ciprino, apaixonado pelo folclore. Em 1942 consagrou-se campeão e daí por diante deixou de se apresentar por causa da morte de seu líder. Voltou em 1980 sob a coordenação do Sr. Laércio Gomes. A partir de 1982 a coordenação ficou a cargo da Sra. Iracema de Oliveira.

O "Caboclo Lino Pardo" foi fundado em 1966 pela Sra. Manuela do Rosário Ribeiro. A partir de 1979 quem assumiu a direção foi a Srta. Ana Rute do Rosário Ribeiro.

O "Leão Dourado" surgiu na Ilha do Marajó, sob a direção de Dona Luzia, que teve a idéia de encenar o Cordão para suprir a escassez de lazer na ilha. A inspiração para o nome veio de um grupo chamado Leão, do qual Dona Luzia já participara antes em 1948. A partir de 1969 o Sr. Martiniano e sua esposa passaram a ser os proprietários do grupo.

O "Bem-Te-Vi" surgiu a partir de uma promessa, feita por dona Sulamita ao Menino Jesus, de todo ano fazer uma pastorinha. Mais tarde escreveu uma peça inspirada em São João Batista. Depois dessa encenação surgiu a idéia de criar um cordão de bicho, que denominou Bem-te-vi. Dona Sulamita é coordenadora, escritora, ensaia as peças e é responsável pelo guarda-roupa do grupo.

O "Arara" foi fundado pela Sra. Joana Cordovil em 1977. Dona Joana e seu filho são os coordenadores de todas as atividades do grupo, sendo ela quem cria e ensaia as peças, desenvolvendo temas da cultura paraense.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Pará, Cultura, Fauna e Flora.

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