segunda-feira, 9 de maio de 2011

Curitibano

O curitibano é uma dança de roda do fandango, registrada em Campo Largo, Paraná. Dela participam jovens solteiros. Há quadrinhas cantadas com declarações de amor, despeitos e ciúmes.
Forma-se uma roda de pares sem número determinado e iniciam-se os movimentos numa espécie de requebrado, ao ritmo da música tocada em gaita. Um dos pares é escolhido para começar o prélio poético e dá uma volta, dançando em torno da roda e separando-se em seguida. O rapaz tira então um verso numa toada piegas, que é respondido pela moça.

Depois, o par volta a enlaçar-se e vai dançando até o lugar da roda de onde saiu. E imediatamente substituído por outro par, que repete a encenação. A dança só termina quando todos os pares tiverem cantado.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cultos fetichistas

Cultos fetichistas são cultos religiosos de caráter mágico, existentes em vários Estados brasileiros, que apresentam um corpo de crenças e de ritos mais ou menos definidos e organizados.

Há basicamente dois tipos de cultos fetichistas: um, de origem africana, e outro, de formação nacional.

Os primeiros são de estrutura mais nítida, ainda que penetrados pela influência católica e espírita. Os nomes variam de acordo com as regiões onde aparecem, mas apresentam em geral estrutura semelhante, com pequenas diferenças relativas às particularidades das respectivas culturas africanas de onde provieram.

Os mais conhecidos são a macumba (Rio de Janeiro), o candomblé (Bahia), o xangô (Pernambuco, Paraíba, Alagoas), o tambor-de-mina (Maranhão), o babaçuê (Pará). No Rio Grande do Sul recebem o nome de batuque.

O segundo grupo apresenta uma fusão de elementos emprestados à feitiçaria afro-brasileira, ao catolicismo, ao espiritismo e principalmente aos costumes ameríndios. São eles o candomblé-de-caboclo (Bahia), a catimbó ou catimbau (todo o Nordeste), a pajelança (Amazônia, Maranhão, norte do Piauí) e provavelmente o mal conhecido tambor-de-crioulo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - São Paulo - 1998.

Cuíca

A cuíca é um instrumento membranofone de fricção. Também chamada puíta ou puita (Nordeste), omelê (Rio de Janeiro), adufo (Alagoas), tambor-onça (Maranhão), onça (médio São Francisco), roncador, fungador e socador (Maranhão e Pará), e ronca.
Parece ter sido trazida para o Brasil por negros bantos, embora não se tenha certeza disso. O nome é de procedência angolo-conguense.

Lembra, pela forma, um tambor, que tem internamente uma haste de madeira presa ao centro do couro distendido. Essa haste, friccionada com pano úmido ou com a mão molhada, faz com que a membrana vibre, produzindo um ronco.

Usada em várias manifestações afro-brasileiras, especialmente no candomblé e na macumba.

Esse instrumento é de uso muito difundido no acompanhamento de gêneros de música popular, como o samba, principalmente a partir da década de 1930.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cucumbis carnavalescos

Um grupo carnavalesco de cucumbis do começo do séc. XX
Desde a segunda metade do século XIX já se nota a presença, nas ruas do Rio de Janeiro, de grupos de Cucumbi durante os dias de carnaval. Necessitados de autorização policial para desfilar, esses grupos, compostos basicamente de negros, se aproveitavam da liberalidade característica do período carnavalesco para conseguirem as autorizações necessárias para suas apresentações.
Os primeiros cucumbis a se apresentarem durante o carnaval mantinham sua organização original. Mas, pouco a pouco os encontros com os diversos grupos carnavalescos que tomavam as ruas do Rio de Janeiro acabaram inspirando novas formas de apresentações. Com isso, surgem os chamados Cucumbis Carnavalescos

Felipe Ferreira, em seu livro Inventando carnavais aborda o assunto e destaca alguma citações na imprensa. Alguns exemplos:

Cucumbi

Festa de Nossa Senhora do Rosário, a padroeira dos negros (Rugendas).
O cucumbi é uma dança dramática ou folguedo. Alguns autores a consideram de origem banto. Segundo Melo Morais Filho, o nome era dado na Bahia aos negros congos que, no dia da circuncisão dos filhos (ritual da puberdade), faziam uma refeição de cucumbe (?) e realizavam o bailado do cucumbi. 

Artur Ramos vê em cucumbe — que ele chama cucumbre — a origem do termo cucumbi (provavelmente “pepino”, como se depreende do espanhol e do francês, deixando presumir influência remota islâmica, o que excluiria a hipótese banto como origem africana).

Cucumbi (2)

O cucumbi é um instrumento folclórico de origem africana, usado na dança homônima e também nas taieiras.
A "Enciclopédia da Música Brasileira" diz que não há maiores informações bibliográficas.

O "Dicionário de termos e expressões da música" (de Henrique Autran Dourado) informa que o cucumbi é um instrumento folclórico afro-brasileiro semelhante a um chocalho, e é empregado junto aos ganzás na percussão da dança homônima.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionário de termos e expressões da música - Editora 34.

Corta-jaca

Chiquinha compôs Corta-jaca,
e é improvável sua relação com
a já existente dança homônima.
O corta-jaca é uma dança individual, ginástica e solta, de origem discutida. Para alguns procede da Espanha, enquanto outros a consideram criação brasileira.

Caracteriza-se pela movimentação dos pés, sempre muito juntos e quase sem flexão das pernas. Os pés movimentam-se da mesma forma que uma navalha, passando continuadamente sobre um assentador de barbeiro, como no corte da jaca.

Dão a impressão de deslizar, embora se consiga ouvir bem o sapateado, que marca a melodia simultaneamente com o ponteio das violas.

É rápida e difícil, com andamento de alegretto, exigindo perícia e esforço do dançador. O movimento dos braços no corta-jaca não tem nenhuma função específica, além de manter o equilíbrio; é uma dança toda calcada no movimento dos pés.

Corrupio

O Reisado em Viçosa, Alagoas.
O corrupio é uma designação de um dos passos das danças cantadas do reisado de Viçosa, Alagoas.
O dançarino faz com o calcanhar esquerdo um giro do tipo pião, com uma volta rápida para o mesmo lugar. A seguir, apoiado no calcanhar direito, executa a mesma figura, girando em sentido inverso.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Corriola

A corriola é uma dança do fandango de São Paulo. Sob o comando de um violeiro-cantador, que é o dirigente (mestre) da dança, homens e mulheres dançam em roda, com pequenos passos de valsa.
A parte curiosa da dança é o seu final, quando o mestre, num versinho, impõe uma “sentença” a cada participante: cantar como galo, grunhir como porco, cacarejar feito galinha, abraçar alguém, rezar uma oração, mugir como vaca.

Como acontece nos jogos de prendas, os participantes só podem deixar a roda quando cumprirem suas respectivas “sentenças”.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.