segunda-feira, 11 de julho de 2011

Novena-do-caju

A novena-do-caju é uma cerimônia dançada, muito comum em Belém PA e Pilar PB, durante os festejos de Nossa Senhora da Conceição (8 de dezembro) ou de Santa Luzia (13 de dezembro).

A novena é cantada pelos fiéis em frente ao altar da santa, numa casa de família. Concluída a cantoria, o dono da casa, batendo palmas, convida os presentes a beijarem os pés da imagem. As mulheres, que trazem um cravo branco nos cabelos, aproximam-se uma a uma para o beija-pé. Depois é a vez dos homens, que chegam aos pares. Quando terminam, a dança começa.

É interessante observar que, embora a novena-do-caju tenha cunho religioso, caracteriza-se por dança excitante e sensual, acompanhada por tambor, bombo e pífaro. Após a dança os figurantes, em ritmo de marcha, percorrem as casas amigas.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Opanijé

O opanijé é uma dança religiosa de origem africana, um dos bailados destinados ao orixá Xangô, nos candomblés jeje-nagôs da Bahia. Para Édison Carneiro, esse nome designa a música instrumental dedicada ao orixá Omulu.

Em círculo, as filhas-de-santo vão cantando o mais alto possível, até que começam a cambalear, num movimento meio trôpego, os braços dobrados, erguidos e abaixados segundo o ritmo.

De repente, uma delas estende-se no chão, apoiada nas mãos e nos pés, as pernas bem esticadas, e toca com a testa o solo defronte dos tambores. Grita “ei-ii !” (grito que denuncia a presença de Xangô), fica de pé num salto e se joga espasmodicamente para a frente; a seguir, repete a exibição.

Depois aparece na roda uma jovem de turbante cor-de-rosa e dourado, trazendo na mão direita uma adaga de latão, de 45 cm de comprimento. De olhos fechados, começa a dançar violentamente, golpeando o ar com a adaga, para a esquerda e para a direita, à medida que o andamento dos tambores vai se acelerando.

Entra na roda outra filha-de-santo, dançando em passos ágeis e fingindo bater com a mão na jovem de turbante. Ficam as duas dançando, fingindo beijar-se, mas sem se tocar; o rufar dos tambores se acelera mais ainda, e elas vão se aproximando, de maneira tal que o choque parece inevitável. É quando as outras filhas-de-santo avançam rapidamente e seguram as duas jovens pela cintura, separando-as, enquanto o andamento da percussão vai diminuindo.

O-velho-fica-e-a-moça-vai

O o-velho-fica-e-a-moça-vai é uma dança do fandango valsado de São Paulo.

Os pares no salão, tem início a dança com o canto dos violeiros, que entoam uma quadrinha qualquer, de cunho tradicional, acrescentando ao fim o estribilho que dá nome à dança: “O velho fica e a moça vai / Caiu no meu braço, ai, ai !”. Cada vez que esse estribilho é cantado, as damas trocam de cavalheiro.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Pagode

O pagode é uma palavra usada há 450 anos pelo quinhentista português Jorge Ferreira de Vasconcelos, na "Comédia Ulissipo", escrita em 1547, para designar diversão do povo urbano (“Bailem cabrões de sol a sol com mulatas!.. ./ ... / façam pagodes..." ).

O termo ressurgiu no Brasil no início da década de 1950 para denominar, simultaneamente na música popular urbana e na rural comercializada, qualquer reunião festiva animada por música e dança (O pagode está redondo, samba de Raul Marques e Amadeu Veloso, Continental 16.139-B de janeiro de 1950; Pagode bom, rancheira de Zequinha Torres e Bentinho, gravada por Xerém e Bentinho, Odeon 13.258-B, janeiro de 1952).

A partir da década de 1970, “pagode” passou a indicar, com freqüência, na música sertaneja comercial, um gênero de ritmo vivo semelhante ao antes chamado de recortado e, na urbana, um tipo de samba vagamente ligado ao estilo do partido-alto, mas transformado em fórmula sonora repetitiva, à base de marcação de surdo e centro de cavaquinho (ou banjo) e melodia fácil e linear.

Pagará

O pagará é uma dança do fandango de São Paulo e Rio Grande do Sul, onde é cultuada nos centros tradicionalistas.

Destaca-se nela a elegância do ponteio. Também conhecida como pagaré.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Paiá

O paiá é um instrumento folclórico de percussão de uso universal. Trata-se de uma pulseira de couro, com guizos de cobre, presa às pernas dos dançarmos, abaixo dos joelhos ou acima dos tornozelos.

Pode apresentar a forma de pequenas latinhas cilíndricas, contendo no interior pedrinhas ou sementes, com pequenas alças por onde passa o cordel para ser amarrado na perna. Também chamado conguinho, inguaiá, matunga, gungas ou maçaquaia.

Segundo o site Jangada Brasil, é utilizado no moçambique, constitui-se de uma correia com guizos metálicos, originalmente feitos de cobre. Os guizos variam de tamanho e material, de acordo com a possibilidade de adquiri-los no mercado. Existe um tipo de paiá formado por uma espécie de chocalho de lata, com passadeiras para os fios de barbante ou embira. O instrumento é usado aos pares e preso às pernas dos dançadores logo abaixo dos joelhos ou em seus tornozelos.

Sua amarração possui ritual especial dentro da realização do folguedo. No início da cantoria, os dançadores permanecem parados com os instrumentos nas mãos, ouvindo o canto chamado Marra o paiá entoado pelo mestre, contramestre e coro. Enquanto os versos se repetem, abaixam-se e amarram seus paiás, dando início à dança:

Pra marrá nosso paiá, olê, olá
Temo nossa garantia, olê, olá
Será conta do Rosário, olê, olá
Do santo da nossa guia, olê, olá

De acordo com Alceu Maynard Araújo, os paiás atuais descendem das "remotas axorcas de origem árabe, usadas aqui no Brasil pelos escravos, e dos antigos paiás que eram feitos de pequenas cestas de taquara tendo encerradas sementes de capiá". (Araújo 1964).

Fontes: Jangada Brasil - Realejo; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Macaxixi


O macaxixi é um instrumento folclórico de percussão do tipo chocalho. Consiste numa cestinha fechada, também chamada gongo, de forma cônica, com cerca de 10 cm de comprimento por uns 5 cm de diâmetro, contendo sementes, utilizada pelo tocador de urucungo no acompanhamento do jogo de capoeira e nos cultos de candomblé.
Como instrumento acompanhador dos cocos de Alagoas, recebe o nome de peneira. Esta já apresenta inovações: uma pequena cesta feita de cipó de titara, com fundo de folha-de-flandres, ou cabaça, toda fechada e cheia de caroços de chumbo.

Os cantadores enfiam os polegares na asa da peneira e batem com os outros dedos, o que provoca um ruído característico e que serve de acompanhamento ao coco. O mesmo que caxixi, mucaxixi.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Maçaquaia

Chocalho indígena
A maçaquaia é um instrumento folclórico de percussão, espécie de chocalho em forma de balainho, com quase um palmo de comprimento e uns três cm de diâmetro, cheio de frutinhas secas, chamadas caetês.

Tipo de amarrar à perna
Era usado em suas danças pelos negros de origem moçambicana, amarrado às pernas por um cordel, logo acima dos joelhos. Instrumento equivalente era utilizado pelos nossos índios.

Conforme sua origem ameríndia ou africana, é também chamado auaiú, aiapá e machacá. Designa ainda uma pulseira de guizos de nome paiá.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Maçarico

O maçarico é uma dança do fandango sulino. De características açorianas, é dançada por pares dispostos em fileiras, que se defrontam, ao som de uma música alegre e contagiante.

No Rio Grande do Sul, o fandango apresenta um conjunto de vinte e uma danças, com nomes próprios: Rancheiro, Pericom, Maçarico, Pezinho, Balaio, Tirana-do-lenço, Quero-mana, Tatu, etc. O acompanhamento musical é feito pelo acordeão, chamado “gaita”, e pelo violão.

A coreografia recebe nomes também distintos - “Passo de juntar”, “Passo de marcha”, “Passo de recurso”, “Passo de valsa”, “Passo de rancheira”, “Sapateio”, etc.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Prosa Galponeira: Chora Viola! Por Bruno Grossi.

Maçaneta

A maçaneta é uma peça utilizada para percutir o zabumba, no maracatu de Pernambuco.

Consiste num cabo e um bilro, e sua extremidade tem forma oval. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Maçambiques

Congadas e Moçambique – Osório (RS) – janeiro de 1946 – Pesquisa e foto: Luiz Heitor.
Maçambiques, maçambique ou moçambique é uma dança cultivada exclusivamente no município de Osório, Rio Grande do Sul, e que tem lugar durante os festejos de Reis (6 de janeiro).

Dentre as danças dramáticas transmitidas pela Igreja às camadas populares brasileiras (congadas, reisados etc., é a única que chegou até a época atual no Rio Grande do Sul.

Maçambique também teria sido um passo específico ou parte do quicumbi.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Laboratório de Etnomusicologia - Escola de Música - UFRJ.

Macacos

Macacos é uma dança de fandango, remanescente de uma dança lúdica que aparecia como entremeio das danças de salão da nobreza canavieira do Rio de Janeiro.

Existe ainda em Vassouras e no litoral sul desse Estado. Em Parati RJ é dança de roda.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.