quarta-feira, 30 de março de 2011

Candomblé-de-caboclo

Caboclo Pena-branca
O candomblé-de-caboclo é um culto fetichista de formação nacional, de origem banto e com predominância de elementos ameríndios, inscrito no mesmo grupo do catimbó, da pajelança e talvez do tambor-de-crioulo.
O culto existe na Bahia, e também é conhecido como religião-de-caboclo.

Segundo a enciclopédia virtual Wikipedia "é todo candomblé que além do culto aos Orixás, Voduns ou Nkisis, cultua também espíritos ameríndios chamados de entidades, catiços ou caboclos boiadeiros, gentileiros".

Candomblé

O candomblé é o culto fetichista afro-brasileiro, levado a efeito em locais denominados terreiros. É uma festa religiosa dos negros jeje-nagôs e bantos da Bahia, mantida pelos seus descendentes.
Para Mário de Andrade, esta seria a palavra “mais geral” para designar a feitiçaria brasileira. No entanto, parece que atualmente é mais válido apontar a palavra macumba como a mais abrangente para designar esse tipo de culto.

Durante a cerimônia do candomblé, é feita a propiciação e invocação dos orixás (divindades), manifestados através dos iniciados, os filhos- ou filhas-de-santo. O chefe do culto, homem, recebe os nomes de pai-de-santo ou pai-de-terreiro, babalorixá, babalaô; a mulher, mãe-de-santo ou mãe-de-terreiro, ialorixá, ialoxá.

Candombe

O candombe no Uruguai
O candombe é uma denominação gaúcha para as danças de umbigada dos negros, conhecidas em outros Estados como jongo, tambu, bambaquerê, samba de roda, batuque etc.
Aparece em locais de charqueadas, como Pelotas, ou em regiões de culturas dispersas, com ocupação ilimitada do terreno (agricultura extensiva), como ocorre em Osório e no vale do Taquari, ou ainda em locais de concentração urbana, como na parte velha de Porto Alegre.

Segundo Paixão Cortes e Barbosa Lessa, o candombe, circunscrito a essas regiões, acabou por não adquirir maior significado no Sul, logo caindo em desuso.

Candeia

A candeia é uma dança originária provavelmente dos sertões goianos e executada nos pousos de folia (locais onde pernoitam os grupos da folia-de-reis).
Formadas duas fileiras de pares, posta-se um violeiro numa das extremidades entre as filas, enquanto ao centro fica um dos dançadores, com uma candeia na mão. O primeiro cavalheiro da fila da direita sai dançando, passa pelos espaços entre os cavalheiros e damas da fila oposta, passando depois por sua própria fila.

Ao passar por sua dama, esta o acompanha no mesmo giro, e este passo se repete até que todos tenham dançado. Quem erra a seqüência de intervalos, passa a ocupar o lugar do porta-candeia.

terça-feira, 29 de março de 2011

Canção de protesto

Geraldo Vandré
A canção de protesto é um gênero de canção de origem universitária, com que, a partir de 1965, os jovens compositores da classe média do Rio de Janeiro e de São Paulo aspiravam dar consciência, às grandes camadas da população, dos problemas político-econômicos do Brasil.
Lançada com o show Opinião e com as músicas de crítica social do compositor Alberto Ribeiro, no espetáculo Joana em flor, de Reinaldo Jardim, do Teatro de Arena, do Rio de Janeiro, a canção de protesto teve popularidade nos festivais de música popular da segunda metade da década de 1960, desaparecendo praticamente a partir da proibição da canção Para não dizer que não falei das flores, também conhecida por Caminhando, de Geraldo Vandré, em 1968.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cana-verde

A cana-verde é uma dança de origem portuguesa, adaptou-se, como outras manifestações, à região em que se enraizou e adquiriu características próprias no Brasil. Faz parte dos fandangos dos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
São duas rodas, uma de homens, outra de mulheres, que dançam em sentido contrário. Sem se tocarem, revezam de lugar, formando novo par. Cada vez que se defrontam, dão uma batida de palmas. Quando os pares mudam durante a dança inteira, esta tem o nome de cana-verde-de-passagem (Minas Gerais).

Caninha-verde

A caninha-verde ou cana-verde é uma dança dramática ou folguedo que ocorre no Ceará. Apresenta episódios em prosa, onde um padre (personagem cômica) realiza grotescamente a imitação dos sacramentos da confissão, comunhão e casamento.
Esse tipo de representação ocorre também na ciranda amazonense e em algumas versões nordestinas do bumba-meu-boi.

Segundo o site www.ceara.com.br, a caninha verde é uma dança-cordão de origem portuguesa, introduzida no Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar.

No Ceará começou a ser conhecida no início do presente século, nas praias de Aracati e passou a ser comum nas colônias de pescadores, estendendo-se aos festejos mominos e eventos diversos.

Apresenta também elementos de outros folguedos, tais como: casamento matuto (quadrilha junina), mestres e a formação de cordões (pastoril).

Fontes: www.ceara.com.br; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cambitinhos

O cambitinhos é um instrumento folclórico idiofone, de percussão por entrechoque, usado na dança dramática caiapós de Poços de Caldas, Minas Gerais.
São pedaços de madeira em forma de espátula, medindo 25 por 5 cm, que certos figurantes levam nas mãos, batendo um contra o outro, para marcar o ritmo.

Cambindas

Cambindas são grupos coreográficos existentes na Paraíba, dos quais Rodrigues de Carvalho, em 1903, dá notícia: “Os dançadores levam todo o tempo acocorados num movimento de sapo, que acompanha a música”.
Luís Saia, chefe da Missão de Pesquisas Folclóricas enviada em 1938 pelo Departamento de Cultura da prefeitura de SP ao Norte e Nordeste, declarou que já naquela época não se dançavam  as cambindas, substituída por um bailado semelhante ao maracatu pernambucano, seja, cortejo conduzindo uma boneca.

Havia outrora em Recife PE grupos semelhantes aos maracatus e também chamados cambindas, sobre os quais Guerra-Peixe colheu informações que permitem agrupá-los em três versões:

Camaleão

O camaleão é uma dança de vários pares, executada de maneira semelhante à da chula, e comum no interior do Rio Grande do Norte e Paraíba.
As cantigas que a acompanhavam incorporavam versos populares, além do seguinte estribilho obrigatório: “Amarra camaleão/ amarra meu bem também”.

"Essa dança, agora é encontrada nos festejos de colheita na Paraíba, alusiva ao lagarto, muito comum no sertão deste Estado. 

Calundu

O calundu é um termo, caído em desuso, que até meados do século XVIII era sinônimo de candomblé ou macumba. Também significa mal-humor.
Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra "calundu" tem origem angolana e vem da palavra kilundu, que é um ente sobrenatural que dirige os destinos humanos entrando no corpo de uma pessoa, a torna triste, nostálgica, mal-humorada:

"...o tédio, a amargura, os choros sem motivo, os calundus, os chiliques” (Jorge Amado, Teresa Batista Cansada de Guerra, p. 156); “...deu palmada de acalmar calundu nas costas de mana Chica” (Jorge Macedo, Gente de Meu Bairro, p. 89).

Calango

O calango é uma dança popular em Minas Gerais (Bicas, Caratinga, Barbacena e Oliveira) e no Rio Janeiro. Consiste em baile e canto, que se podem realizar junta ou separadamente.
É dança de par enlaçado, em ritmo quaternário ou binário, sem grandes complicações coreográficas, já que repete os passos do samba urbano comum ou do antigo tango ou tanguinho carioca. 

O calango também aparece no Nordeste, onde é apenas cantado, sem dança, na forma de solo e refrão: o solista diz as quadrilhas e o coro repete o refrão.

Caixa

A caixa é um pequeno tambor cilíndrico, com corpo de madeira e couro nas duas bases, percutido de um só lado com duas baquetas de madeira.
Instrumento de procedência européia, é o mesmo que se vê empregado nas orquestras e nas fanfarras militares. Os exemplos usados pelo povo são geralmente de fabricação manual.

Usada, entre outras danças, no moçambique, congadas, samba rural, folia-de-reis e folia-do-divino. A caixa de menor altura é também chamada taró ou tarol e a de altura média, caixa-clara ou caixa-de-guerra.

Instrumento muito usado nas baterias das escolas de samba para preencher com uma frase rítmica variável, de acordo com a concepção do diretor de bateria, os dois tempos dos compassos. Essa frase é repetida em um ou mais compassos ao longo de toda a música ou de uma de suas partes.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

Caiumba

Caiumba é a denominação dada à dança do batuque em Campinas, São Paulo, segundo registros de Carlos Gomes.
O "batuque da umbigada", também chamado "caiumba", é uma dança africana que veio com os escravos bantos, trazidos para São Paulo, onde trabalharam na cultura de cana e café. Originalmente, em Angola, a umbigada faz parte de rituais de casamento e fertilidade, uma confraternização de odne celebravam a uniao dos gêneros.

Caiapós

Caiapós é uma dança dramática, ou folguedo, de inspiração ameríndia, realizada durante festas religiosas. Segundo Rossini Tavares de Lima, aparece no Estado de São Paulo e em regiões limítrofes de Minas Gerais.
Consiste num cortejo de participantes alinhados dois a dois, que dançam pelas ruas tendo à frente o cacique. Este leva a tiracolo uma buzina de chifre. Usam de arco e flecha, e de vez em quando interrompem o desfile, executando saltos característicos da dança, em louvor ao cacique.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Cadete

O cadete é um pequeno atabaque utilizado no acompanhamento do jongo (1), em Cunha, São Paulo, com aproximadamente 20 cm de diâmetro e 60 cm de comprimento.

Toca-se, montado no intrumento, delicadamente, com a ponta dos dedos. De som mais agudo que a candongueira.

(1) O jongo é uma dança de origem africana, possivelmente de Angola, da qual participam homens e mulheres, e que quer dizer divertimento. O canto tem o papel fundamental, associado aos instrumentos musicais e dança. Alguns pesquisadores classificam-no como um tipo de samba mais antigo, que daria mais tarde origem a esse ritmo. Em alguns locais o nome pode variar como caxambu, dança do jongo, bambelô ,dentre outros.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cachucha

A austríaca Fanny Elssler
A cachucha é uma dança espanhola, cantada e sapateada, que se difundiu nas cidades e vilas do Brasil desde a segunda década do século XIX.
De acordo com Manuel Querino, os pares iniciavam a dança enlaçados; em seguida, apertavam as mãos e continuavam dançando separados, tocando castanholas com os braços erguidos de maneira graciosa. Sua melodia, usada com versos de fácil memorização, transformou-se em acalanto. Também conhecida como maria-cachucha.

sábado, 26 de março de 2011

Cabocolinhos

Cabocolinhos é o nome genérico dos grupos de bailados de inspiração ameríndia que se exibem no Carnaval, nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Minas Gerais. 
Os de Recife PE apresentam, nos seus diversos grupos ou tribos, uma organização semelhante (foto).

Os Cabocolinhos Tupinambás, do município de Jaboatão, junto à capital pernambucana, por exemplo, têm como figurantes: o cacique, chefe supremo; o pajé, conselheiro; o matruá, feiticeiro; os caboclos, dançadores; a índia-chefe ou rainha, companheira do cacique; as caboclas, dançadeiras; e os meninos e meninas que representam os filhos dos caboclos.

Caboclos

Caboclos: dança dramática, ou folguedo, inspirada em reminiscências ameríndias, que se realiza em Itaparica BA. É uma convergência de vários episódios, sem muito nexo, cujo núcleo dramático é o rapto da rainha dos caboclos pelo capitão-do-mato.
Um feiticeiro, o adivinhão, descobre o paradeiro da rainha; raptor e raptada são presos. O capitão-do-mato, prestes a ser queimado pela tribo, é salvo por um caçador; a rainha, também condenada à morte por um pajé, é perdoada por intervenção da tribo.

Apesar da vivacidade do ritmo, a música é pobre, com as melodias terminando ora na mediante, ora na dominante, nunca na tônica. Bendito e samba misturam-se. O auto é todo dialogado: dois índios cantam e os demais respondem em coro.

No Ceará existe (ou existiu) uma dança chamada caboclos, provavelmente semelhante aos cabocolinhos.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

Caboclo

O caboclo é uma dança do fandango de São Paulo e Rio de Janeiro, semelhante à canoa, mas com passos mais rápidos e ligeiros e balanceios mais graciosos.
A dança é subordinada ao toque da viola e ao canto, seja, os figurantes só bailam nos intervalos da cantoria, quando permanece o toque da viola. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Cabocleiro

O cabocleiro é uma dança dramática ou folguedo de Barra de São Francisco, Espírito Santo, citado sem descrição por Rossini Tavares de Lima.

Também chamado brinquedo-de-caboclo. Talvez seja o mesmo que cabocolinhos.

Cabocleiro ou brinquedo de caboclo

Dança de caboclos é o nome que o povo da cidade dá ao "cabocleiro" ou "brinquedo de caboclo", festejo tradicional do Estado do Espírito Santo, em sua zona noroeste limítrofe e contestada com o Estado de Minas Gerais, de onde procede.

Cabaçal

Banda Cabaçal dos irmãos Aniceto - Crato (CE)
Cabaçal é um conjunto folclórico instrumental, o mesmo que terno-de-zabumba, comumente composto de dois zabumbas e dois pifes, popular em Pernambuco, Paraíba e Ceará. 

Brega

Brega é um termo utilizado aproximadamente desde 1982 para designar: 1) coisa barata, descuidada ou malfeita; 2) de mau gosto, sinônimo de “cafona” ou kitsch; 3) a música mais banal, óbvia, direta, sentimental e rotineira possível, que não foge ao uso sem criatividade de clichês musicais ou literários.
Tida popularmente como música feita por e para as classes sociais mais baixas, o brega também costuma ser aceito em segmentos de maior poder aquisitivo.

Suas raízes estão nas cançonetas trágicas de Vicente Celestino (Coração materno), no samba-canção abolerado da década de 1950, no bolero de cantores como Silvinho (Esta noite eu queria que o mundo acabasse) e Waldik Soriano (Paixão de um homem) e nos imitadores e diluidores do pop-rock da Jovem Guarda (Paulo Sérgio, Odair José, Fernando Mendes, Peninha).

Bossa nova

Foto: Sylvia Koscina, João Gilberto, Tom Jobim e Mylene Demongeot.
Bossa nova é a expressão que designa genericamente novo jeito de fazer alguma coisa e já era utilizada nos meios de músicos profissionais desde a década de 1940.
No fim da década de 1950, nos bairros da zona Sul do Rio de Janeiro, grupos de rapazes e moças, que em maioria tocavam violão, começaram a reunir-se com assiduidade em apartamentos ou casas, promovendo reuniões em que tocavam e cantavam músicas de determinados compositores e de si próprios.

Dois deles, Carlos Lyra e Roberto Menescal, fundaram uma academia de violão, que ajudava muito a divulgação das composições do grupo, geralmente de caráter intimista, com acordes semelhantes aos de certos músicos de jazz, sobretudo do guitarrista Barney Kessel, e dos arranjos do trompetista Shorty Rogers, ambos norte-americanos. 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Berrante

Berrante, também conhecido como chifre, corno ou buzina, é uma corneta feita de chifres de boi ou de outros animais. É uma espécie de buzina usada desde a antiguidade por pastores e atualmente por vaqueiros brasileiros e africanos para chamar o gado no campo ou no transporte por intermédio das comitivas.
É um instrumento muito eficaz na orientação, alarme e comando, e consiste num chifre longo em que a ponta é cortada para se soprar e com um orifício no meio; depende deste furo o equilíbrio, o acerto e a afinação do som.

Segundo Mário de Andrade, o berrante utilizado no Brasil teria surgido por questões econômicas — no seu Dicionário Musical Brasileiro, afirma: “Com a dificuldade monetária e comercial de se adquirir trompas de caça na Europa, o caçador fez o berrante”.

No entanto, é muito mais provável que a introdução do berrante no Brasil se deva aos escravos africanos, que em África usavam os chifres do olongo (cudo), que por natureza já é curvado em espiral.

O compositor alemão Richard Wagner, numa ópera da tetralogia O Anel do Nibelungo (Der Ring des Nibelungen), escreveu uma passagem especial para berrante, que é executado fora de cena, convocando ao palco guardas armados.

O instrumento também aparece no samba rural de São Paulo.

Fontes: Wikipedia; Enciclopédia Brasileira de Música,

Botija

A botija é um vaso de barro, bojudo e curto, com asa, usado como instrumento idiofone (1) de percussão. É segurado pela asa, e em seu gargalo é atritada uma moeda — o que produz som vivo e alegre.
Atualmente, a garrafa de cerveja vem substituindo o aparato. A botija foi trazida pelos escravos africanos do século XIX  e foi usada em rituais do calundu (candomblé, macumba).

No início do séc. XX era um dos instrumentos acompanhadores da chegança. Também chamada botijão, é usada no samba, baiano, desafio e embolada urbana.

(1) Idiofone: cujo som é produzido pelo próprio material de que é constituído.

Fontes: Dicionário de termos e expressões da música (Henrique Autran Dourado); Enciclopédia da Música Brasileira.

Berra-boi

O berra-boi é designação de dois instrumentos folclóricos muito comuns nas feiras do Nordeste, também chamados rói-rói, sonidor, zumbidor, zunidor.
1) Aerofone livre que consiste num cabo pintado, ligado por um cordel a uma tabuazinha oblonga (ou chapa de osso, marfim, metal ou matéria plástica) que soa pela deslocação do ar quando girada circularmente.

2) Idiofone, que soa por fricção, formado por um fragmento de madeira que funciona como cabo; numa das extremidades, untada de breu com cera de abelha, está amarrada uma corda de caroá, ligada na outra ponta a uma caixa de barro e papelão. Ao girar a caixa, há um atrito da corda no breu, produzindo um som semelhante ao de um carro de boi.

Segundo o blog "Poeira e Cantos", o berra-boi é um brinquedo feito de madeira, corda de caroá e barro, que se vende em qualquer feira livre do Nordeste. Produz um ruído grave, assemelhando-se ao mugido do boi.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira; Poeira e Cantos.

Berimbau

O berimbau é um instrumento musical constituído por uma vara em arco, de madeira ou verga, com um comprimento aproximado de 1,50m a 1,70m e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Na sua base é amarrada uma cabaça com o fundo cortado que funciona como caixa de ressonância. 
 O tocador usa a mão esquerda para sustentar o conjunto e pratica um movimentos de vai e vem contra o ventre, utilizando uma pedra ou uma moeda (dobrão), para pressionar o fio. A mão direita, com uma varinha, percute a corda.

Berimbau de boca

O berimbau é um instrumento idiofone (1), trazido para o Brasil pelos portugueses. Trata-se de um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo: arqueólogos encontraram, em um sítio arqueológico ao oeste da Ásia similares que seriam datados do século IV.
O aparato consiste de uma língua flexível de metal ou bambu ligada a uma estrutura. É conhecido por inúmeras culturas diferentes por no mínimo quarenta nomes diferentes.

O berimbau toca-se da seguinte maneira: coloca-se na boca a parte mais fina e fricciona-se a lingueta, produzindo variados sons. É utilizado principalmente pelas crianças. Também chamado marimbau, tanto esta designação quanto berimbau são ainda aplicadas ao urucungo ou berimbau-de-barriga.

(1) Idiofone: cujo som é produzido pelo próprio material de que é constituído

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira; Wikipedia.

Bastão-de-moçambique

O bastão-de-moçambique é um instrumento folclórico idiofone, de percussão por entrechoque. Feito de madeira, em geral guatambu, mede de 90 a 110 cm de comprimento por 2 a 3 cm de diâmetro. 
 Em alguns lugares, os moçambiqueiros fazem um furo na madeira, a um palmo de uma das extremidades, por onde passam uma fita, dando-lhe um laço para enfeitar. Noutros lugares, fazem desenhos a canivete.

No Museu do Ipiranga, São Paulo SP, existem os dois tipos. O bastão-de-moçambique tem dupla função: além de instrumento musical, quando se entrechoca com o de outro moçambiqueiro, ainda serve para desenhar no solo estrelas, quadrados ou outras figuras, em função do bailado do moçambique.

O bastão aparece também nas congadas paulistas e em outras danças.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Bansá

O bansá é um instrumento folclórico rudimentar, de cordas dedilhadas, trazido para o Brasil pelos escravos africanos.
Talvez seja o mesmo que "banza": instrumento folclórico de quatro cordas dedilhadas, de origem africana. A designação provém do quimbundo (uma das línguas de Angola) "mbanza", que significa banjo.

Não há maiores informações bibliográficas para as duas palavras na Enciclopédia da Música Brasileira, mas tudo indica que se trata do ancestral do atual banjo.

Segundo o Dicionário Aurélio, banza (do quimbundo) é uma guitarra africana, rústica, de quatro cordas.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Dicionário Aurélio.

sábado, 19 de março de 2011

Atabaque

O atabaque é um instrumento folclórico membranofone, de percussão direta (manual). Nome genérico com que pelo menos na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo são designados tambores oblongos, com couro em uma só boca.
A palavra, de origem persa (tablak), é corrente na Ásia e na África, parece que tanto ela quanto o instrumento foram introduzidos no Brasil por negros de duas procedências: sudaneses e bantos.

Alabê

O alabê é a designação do chefe dos tambores no candomblé jeje-nagô da Bahia.
Conforme Edison Carneiro, o destaque desse chefe de percussão limita-se "aos momentos em que se faz ressoar o seu instrumento, que os negros acreditam ser uma espécie de telégrafo entre os mortais e os orixás".

De acordo com a Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, o significado da palavra "alabê" é a seguinte:

Músico ritual da orquestra do Candomblé. É necessariamente um Ogã submetido aos rituais de iniciação. O nome designou, originalmente, e em especial na mina maranhense, o tocador de agbê (alagbê, "o dono da cabaça"), tendo dai ampliado seu sentido.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana.

Agogô

O agogô ou agogó é um instrumento folclórico afro-brasileiro, idiofone, constituído por duas campânulas de ferro de tamanho e sonoridade diferentes, percutidas com uma vareta de metal.
No xangô de Pernambuco é conhecido por xere. E, no Nordeste, o agogô de uma só campânula é chamado gonguê, sendo este de origem banto. Já o agogó foi introduzido no Brasil pelos negros iorubas.

Importante instrumento de percussão, está presente em várias manifestações musicais afro-brasileiras, como a capoeira, o maculelê e o candomblé. O mesmo que gã.

Recentemente, o agogô começou a ser usado em diversos gêneros de música popular, principalmente no samba.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Afofiê

Flauta comum
Afofiê ou afofié é uma pequena flauta de taquara com bocal de madeira. Vocábulo de provável origem ioruba, designa flauta em geral e não necessariamente o instrumento africano.
Sobre seu emprego na Bahia, há divergência sobre os autores: Artur Ramos cita freqüentemente o afofiê como usado no candomblé, enquanto Edison Carneiro informa que o nome designa flauta usada pelos negros, "mas nos camdomblés, jamais!".

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Adufe

O adufe é um instrumento folclórico membranofone, de percussão, também chamado adufo.
De origem moura, espécie de pandeiro quadrado, sem os discos de metal, oco e de madeira leve, que se toca com os dedos, sustentado pelos polegares.

Aparece em folia-de-reis, folia-do-divino, cururu (rural e urbano), fandango, xiba, congadas, moçambique, samba rural, dança-de- santa-cruz e algumas danças-de-são-gonçalo.

O adufo é uma variante ortográfica de adufe, e em Alagoas é denominação da cuíca. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Adjá

O adjá é um instrumento folclórico afro-brasileiro, idiofone, espécie de campainha de metal, simples ou dupla, também conhecido por campa ou sineta.
Usado no candomblé da Bahia e, com o nome de xere, no xangô de Pernambuco, tem a função de invocar os orixás, chamar os crentes para o ritual de “dar comida” ao santo, ou para reverenciá-lo, além de acompanhar as danças e os toques de atabaque; o mesmo que já.

Ainda nos candomblés da Bahia, designa um instrumento formado por duas campas, com seixos ou sementes no interior, ligadas por um cabo de metal; o mesmo que maracá.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Acordeão

O acordeão ou acordeon, por vezes também chamado de sanfona ou ainda gaita é um instrumento musical aerofone de origem alemã, composto por um fole, um diapasão e duas caixas harmônicas de madeira.
Foi desenvolvido por volta de 1829 em Viena (Áustria) por Cirilus Demian. Anteriormente houveram várias construções mais rudimentares até o seu aprimoramento. Sua construção foi baseada num instrumento de sopro chinês chamado Cheng, com o mesmo sistema de palhetas.

Abecê

O abecê é um tipo de romance em que cada estrofe, habitualmente quadra ou sextilha heptassilábica, começa por uma letra do alfabeto. A última estrofe é reservada sempre para o til, que o povo considera letra final do alfabeto, porque com ele terminavam os antigos traslados de caligrafia usados nas escolas sertanejas.
Embora seja uma forma já em vias de extinção, os a-bê-cês são populares ainda no Nordeste, no Brasil Central e no Rio Grande do Sul. 

O assunto varia: pode ser narrativa de feitos de cangaceiros, bois fujões, batalhas poéticas famosas, biografia de santos, costumes rurais, sorteio militar, condenação ou louvor da cachaça etc.

Burrinha

A burrinha é uma dança dramática ou folguedo comemorativo do dia de Reis, encontrado na Bahia: um dançarino com um balaio coberto de panos bem amarrado à cintura, simulava um homem cavalgando uma burrinha, cuja cabeça de folha-de-flandres completava o efeito desejado.

Bugio

0 bugio era uma dança realizada pelas camadas populares, nos bailes bragados (bailes da ralé) da região rural missioneira do Rio Grande do Sul. A movimentação dos corpos sugere o ato sexual dos macacos bugios, e a música é um gênero de polca bem sincopada, cujo ritmo é dado pelo jogo de foles do acordeom.
Atualmente, sem nenhuma das conotações originais, faz parte do repertório dos conjuntos tradicionalistas e já não parece ser fato folclórico.

Buá

O buá é uma dança talvez dramática, provavelmente relacionada com o maracatu alagoano. Mencionada por Alfredo Brandão sem esclarecimentos de se é dança pura ou dramática. O fato de esse autor descrever o buá em seguida ao reisado-do-guriabá, leva a pensar que seja dramática.
Pode ser aventado possível parentesco do buá com o maracatu, uma vez que as cantigas coreográficas brasileiras costumam nomear, nos textos, as danças a que servem.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Bumba-meu-boi


Bumba-meu-boi, boi-bumbá ou pavulagem é uma dança folclórica, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno da morte e ressurreição de um boi. Hoje em dia é muito popular e conhecida.
A origem

A essência da lenda enlaça a sátira, a comédia, a tragédia e o drama, e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um boi. Esta essência se originou da lenda de Catirina e Pai Francisco, origem nordestina, que sofreu adaptação à realidade amazônica. Dessa forma, reverencia o boi livre e nativo da floresta Amazônica, bem como a alegria, sinergia e força das festas coletivas indígenas.

Boi-de-mamão

O boi-de-mamão é uma expressiva manifestação folclórica envolvendo dança e cantoria em torno do tema da morte e ressureição do boi. Ocorre no estado de Santa Catarina, Brasil, sendo encenado principalmente na região litorânea.
Com origem nas brincadeiras com o boi feitas nos Açores, tem seu primeiro registro com este nome em Santa Catarina datado de 1840. Inicialmente era chamado boi-de-pano.

Trata-se de um auto em tom cômico, mas com um elemento central dramático: a morte e a ressurreição do boi. Apresenta elementos comuns com o bumba-meu-boi nordestino.

O boi-de-mamão inerentemente usa voluntários para protagonizarem o festejo, sendo que estes são postos sob as fantasias, que são feitas por uma armação de metal ou madeira e por pano.

Entre as figuras que aparecem no boi-de-mamão estão: o boi, o proprietário do boi, a bernúncia e seu filhote, a maricota, o doutor, a viúva, o cavalinho, os outros bois, os corvos, podendo faltar algumas delas.



Fontes: Wikipedia; Boletim da Comissão Catarinense de Folclore, Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina. 1993-1996! :)

Bochincho

O bochincho é uma espécie de farra realizada em bordéis pelas camadas mais populares, no Rio Grande do Sul.
Inicia-se com danças e freqüentemente termina com brigas de adaga ou facão. A forma bochinche é registrada por Luís da Câmara Cascudo, que a define como “batuque reles, chinfrim”.

No sul de Minas Gerais existiu (ou ainda existe) a forma buchincho. Atualmente a palavra significa sobretudo briga onde intervêm simultaneamente vários contendores.

"Baile de gaúchos portando chapéus à cabeça ou "lustrando a fivela" não é fandango, mas bochincho: baile da plebe, arrasta-pé, especie de batuque, divertimento chinfrim próprio de gentalha, aonde vigora a desordem, a briga, a anarquia, o desleixo, a má direção, seja por inaptidão ou ignorância" (Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno e Rui Cardoso Nunes).

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Bombacha Larga.

Benzinho

O benzinho é uma das danças do fandango do Rio Grande do Sul, executado ao som da viola e cantigas populares. Uma espécie de bailarico.

Também é conhecida como benzinho-amor.

Fontes: BemFalar.com; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Bendito

Maria do Horto, de Juazeiro do Norte
CE, é conhecida pela arte de cantar
benditos de sua propria autoria.
O bendito é canto religioso de origem erudita, modificado e adaptado pelo povo. Os benditos são cantados à cabeceira dos defuntos, nas procissões e em devoções caseiras.
Muito divulgados no meio rural, são dirigidos por um puxador-de-reza (capelão leigo); quando realizados em residências, essa função é executada pela dona de casa. São cantados em uníssono, e a maioria tem origem portuguesa, apresentando também influência francesa.

Guilherme de Melo assinala na Bahia, no século XIX, os cânticos-do-viático, entoados pelos componentes da irmandade do Santíssimo Sacramento, quando acompanhava o padre em visita à casa de algum enfermo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Batuque-boi

O batuque-boi também é conhecido apenas como batuque. É luta africana, de origem banto, encontrada na Bahia, principalmente em Cachoeira, Santo Amaro e Salvador.
As disputas realizam-se sempre aos domingos ou em dias de festa, como Natal, Ano-bom, Carnaval. Para Edison Carneiro, o batuque é apenas um variante da capoeira, “tanto que todos os atuais capoeiristas da Bahia sabem jogar e jogam o batuque, embora, já hoje, a luta seja, para eles, um jogo acessório”.

A luta mobiliza um par de jogares de cada vez, que usam apenas as pernas: dado o sinal, um deles une as pernas firmemente e aguarda as pernadas do adversário, que tenta derrubá-lo; depois de algumas tentativas infrutíferas, a posição se inverte e o que dava as pernadas passa a recebê-las. Quem derruba o adversário é o vencedor.

Entre os golpes podem ser citados a “encruziada”, em que as duas pernas são atiradas contra as pernas do adversário; a coxa-lisa, golpe de coxa contra coxa; o baú, quando as duas coxas do atacante golpeiam com força e bem de frente as coxas do adversário; e outros.

A orquestra é a mesma da capoeira: berimbau-de-barriga, ganzá, pandeiro. Semelhante à pernada carioca, ao bate-coxa alagoano. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Batuque

O batuque é uma dança considerada originária de Angola e do Congo (África). Sinônimo de batucada, é talvez a dança brasileira de mais antiga referência, tendo sido assinalada no Brasil e em Portugal já no séc. XVIII.
É realizada em roda, da qual participam não apenas os dançarmos, mas também os músicos e os espectadores. A introdução ou prelúdio da dança chama-se baixão e é executada pelo violeiro.

No centro da roda fica um dançarino-solista ou um ou mais pares que se incumbem da coreografia. Consiste em forte marcação pelos quadris, sapateados, palmas e estalar de dedos. Apresenta como elemento específico a umbigada — que o dançarino ou dançarmos-solistas dão nos figurantes da roda escolhidos para substituí-los.

Em São Paulo, pelo menos na região de Tietê e Piracicaba, onde é também chamado samba, o batuque é dança de terreiro e sua coreografia é em fileiras opostas, com a presença do modista e do carreirista.

A palavra deixou de designar uma dança particular, tornando-se, como o samba, nome genérico de determinadas coreografias ou danças apoiadas em forte instrumental de percussão.

Atualmente, no Rio Grande do Sul, batuque é cerimônia afrobrasileira, nome gaúcho para os cultos fetichistas como a macumba, o xangô e o candomblé. Na Bahia é também outra denominacão do batuque-boi. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Batucajé

O batucajé (ou batucajê) é o título genérico das danças religiosas dos candomblés brasileiros. Do yorubá (grupo étnico africano, que habita a Nigéria) "batuc" (homens que tocam) e "ajé" (mulheres que dançam).
Essa palavra é também aplicada a danças profanas afro-brasileiras, citadas por Nina Rodrigues.

Na Umbanda é a dança religiosa do ritual do terreiro, tendo por finalidade facilitar a incorporação dos guias nos médiuns que a executam.

De diferentes localidades, é também chamada de "batuque do Jarê" na Bahia e "dança cabinda" também chamada "piauí" onde usam o pandeiro, a cuíca, o chocalho e a matraca como instrumentos.

Fontes: Wikipedia; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Ed.; Umbanda (http://analgesi.co.cc/html/t20999.html).