quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dança do peixe

A dança-do-peixe é um divertimento popular observado em 1850 na ilha de Catuá Grande, no rio Solimões; curiosa reunião temática de rondas infantis portuguesas e danças indígenas do Brasil Central e Setentrionais.
Também conhecida como pirá-puraceia (ou pirapuraceia), consiste numa roda de rapazes e moças, ficando um ao centro, representando o peixe, juntamente com os músicos, todos marcham em fila indiana, entoando um canto monótono — em tupi ou português — cuja letra era inventada pelo “chefe”.

Acabada a cantiga, todos se dão as mãos e perguntam ao que está no centro que tipo de peixe ele é. Ele responde e em seguida tenta fugir da roda, e a pessoa que o deixa escapar vai para o seu lugar.

Em vez de nomes de peixes, às vezes são usados nomes de animais, flores ou outros objetos, com isso surgindo muitos apelidos para a pessoa que estava no centro.

Os processos de criação músico-poético podem ser considerados uma mistura de português (a escolha dos nomes, o jeito de escapar, o fugitivo substituído pelo
que causou a evasão, a improvisação poética) e tupi (os apelidos, a perseguição do fugitivo, a denominação retirada da ictiofauna). Semelhante ao jacundá.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

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