O grupo-das-baianas, também conhecido como baianá, é um conjunto de moças pobres da cidade que dançam em locais denominados “cercados” e “latadas”.
De provável origem baiana, esses grupos existem nas regiões açucareira e jangadeira do Nordeste (Alagoas, Rio Grande do Norte) e também em São Paulo e Minas Gerais. Nestes dois Estados, sua aparição é explicada pelos grandes fluxos migratórios nordestinos.
Nascido provavelmente de uma mistura do pastoril com outras danças populares, o baianá apresenta maior riqueza musical do que coreográfica: suas melodias são alegres e divertidas, com versos glosando fatos do momento. As figurantes dividem-se em dois partidos: o azul e o encarnado.
Há uma diretora, uma mestra com apito para dar ordens, uma contramestra e uma embaixadora. Agrupadas as baianas em duas colunas, posta-se à frente de uma a diretora, enquanto à retaguarda fica a embaixadora; à frente da outra coloca-se a mestra, ficando a contramestra como cerrafileira.
Também costumam formar duas colunas de cinco baianas, diretora e mestra entre as filas, esta à retaguarda e aquela à dianteira. Quando dançam nessa disposição, mestra e diretora trocam de lugar durante a dança, por entre as fileiras, numa das mais repetidas figurações do bailado. Durante as evoluções, que são bastante simples, as baianas vão cantando e requebrando no ritmo profano ditado pelo terno-de-zabumba. Os músicos ficam sentados num banco à frente do grupo de baianas.
Durante a apresentação há três intervalos, para que as dançarinas descansem. É quando a mestra passeia, dançando entre os assistentes, angariando prendas, que consistem em cédulas de dinheiro espetadas por alfinetes em sua roupa.
A importância final é dividida entre as baianas. Cada vez que a mestra apita, há a interrupção do som dos zabumbas, para que ela apresente a nova peça, que é então repetida pelas dançarinas, afirmando o canto e fazenaó com que o terno volte a tocar.
Rossini Tavares de Lima registrou no bairro de São Francisco, em São Sebastião (litoral norte de São Paulo), uma variante denominada baianas: consiste num grupo de homens vestidos de mulher, trazendo na cabeça uma moranga (espécie de abóbora) e uma toalha branca, dançando ao som de viola, rabeca e sanfona.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora
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