Marcos Portugal, nomeado por D. João mestre-de-capela (Rio de Janeiro, 1811) |
O "mestre-de-capela" (italiano: maestro di cappella; francês: maître de chapelle) é o regente, o diretor da música de uma igreja, capela ou outro estabelecimento musical sacro ou profano, dispondo de um coro, orquestra, ou ambos.
Na Alemanha, o termo é mais aplicado com referência ao diretor de uma orquestra particular de um príncipe ou outros grandes personagens. Nos países latinos, como o Brasil, o termo conservou-se até hoje vinculado ao sentido eclesiástico, correspondendo à capela de música de uma catedral ou igreja.
Durante os três primeiros séculos da colonização, o mestre podia exercer suas funções simplesmente cantando e acompanhando-se numa harpa, tendo, às vezes, para auxiliá-lo, um ou mais salmeadores, e o título aplicava-se ao regente, compositor ou o responsável e proprietário-músico das partituras. A função não era necessariamente estável, com salário fixo, como no caso de catedrais ou igrejas matrizes, podendo ser eventual, com a realização de uma concorrência específica para a prestação dos serviços, cujo vencedor, às vezes chamado de arrematante, passava recibo como mestre-de-capela.
Obrigava-se, pelo contrato, a fornecer para a festa religiosa — cuja clientela eram as irmandades, as câmaras que patrocinavam as festividades reais, ou particulares que contratavam música para ofícios geralmente fúnebres — o repertório ensaiado, de sua autoria ou não, com cantores ou instrumentistas (geralmente responsabilizando-se pelo seu pagamento). Estes eram, freqüentemente, seus alunos, já que tinha também como função manter discípulos ou escola pública de música.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - São Paulo - 2a. Edição - 1998.
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