sábado, 19 de março de 2011

Burrinha

A burrinha é uma dança dramática ou folguedo comemorativo do dia de Reis, encontrado na Bahia: um dançarino com um balaio coberto de panos bem amarrado à cintura, simulava um homem cavalgando uma burrinha, cuja cabeça de folha-de-flandres completava o efeito desejado.
A burrinha saía às ruas para tirar reis, dançando ao som de chulas, acompanhada por um grupo e uma orquestra de viola, ganzá e pandeiro. O divertimento assemelhava-se ao dos ternos; a diferença estava apenas na presença da burrinha dançando e nas chulas.

Também em vários outros Estados o rancho da burrinha tirava reis no dia 6 de janeiro. O reisado convergiu para o bumba-meu-boi, dançado ao som das suas cantigas peculiares.

A burrinha saltitante e brejeira

Segundo o site "Visite a Bahia", a burrinha consiste em um indivíduo mascarado, fantasiado de burrinho, que traz na cabeça folhas de flandres. A música se compõe de viola, ganzá e pandeiro. O divertimento assemelhava-se aos ternos; a diferença estava, apenas, na presença da burrinha dançando, e nas chulas. O rancho da burrinha, que tirava “reis” no dia 6 de janeiro, convergiu, em outras regiões, para o bumba-meu-boi, onde aparece, dançando, ao som das cantigas.

Participa, igualmente, do folclore, no carnaval de rua, a interessante figura da burrinha, personagem desgarrada, com certeza, de algum auto popular do bumba-meu-boi.

De fato, essa burrinha saltitante e brejeira, deve de ser parente do cavalo-marinho, que figura em qualquer destes velhos folguedos do boi: o bumba-meu-boi do Nordeste, o boi de mamão de Santa Catarina, ou o rei de boi capixaba, de São Mateus e Conceição da Barra.

A burrinha carnavalesca é preparada pelo mesmo processo por que se faz o cavalo-marinho: a cabeça é de pau ou papelão grosso, e representa a cara do animal, com orelhas e crina, os olhos, as ventas e a boca pintada etc. A armação do corpo é, em regra, de madeira, forrada com panos vistosos e compridos; na parte traseira — o rabicho.

O cavaleiro "veste" essa armação, e, puxando as rédeas presas à boca do "bicho", movimenta-o, à vontade, em trotes ou galopes, com os próprios pés a fingirem de pata, e mal aparecendo sob a cobertura de pano. Está-se a ver que, nestas condições, a burrinha tem apenas dois pés. Às vezes, para melhor dar a impressão da montaria, cosem-se-lhe duas pernas recheadas de pano, uma de cada lado do "selim", fingindo pernas e botas do "peão".

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira; VisiteaBahia.com.br - Atrações - Burrinha.

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