terça-feira, 29 de março de 2011

Caiumba

Caiumba é a denominação dada à dança do batuque em Campinas, São Paulo, segundo registros de Carlos Gomes.
O "batuque da umbigada", também chamado "caiumba", é uma dança africana que veio com os escravos bantos, trazidos para São Paulo, onde trabalharam na cultura de cana e café. Originalmente, em Angola, a umbigada faz parte de rituais de casamento e fertilidade, uma confraternização de odne celebravam a uniao dos gêneros.


A umbigada tem uma espiritualidade muito grande. Dentro da cultura banto existe uma visão de que o umbigo é a nossa primeira boca e o ventre materno a primeira casa, a umbigada celebra o momento único em que eles se tocam, é como uma ode, um agradecimento ao dom da concepção, uma ação rápida e mágica, materializada através da dança.

A canção da umbigada chama-se moda. Com refrões e versos muitas vezes improvisados. As modas comentam os acontecimentos das comunidades. Não há instrumentos melódicos ou harmônicos. Os músicos tocam o tambu, um tambor escavado num tronco, inteiriço, o quinjengue, outro tambor, mais agudo, que "comenta" a marcação do tempo do tambu e fica nele apoiado; as matracas, paus batidos no corpo do tambu, na extremidade oposta àquela em que é preso o couro; e os guaiás, chocalhos de metal em forma de dois cones unidos pelas bases. O tecido rítmico é espesso, denso, de alto grau de satisfação.

A zona batuqueira paulista localizava-se no vale médio Tietê, abrangendo alguns municípios como Tietê (capital da zona batuqueira), Porto Feliz, Laranjal, Pereiras, Capivari, Botucatu, Piracicaba, Rio Claro, São Pedro, Itu, Tatuí. Em Campinas, era chamado caiumba.

Em Botucatu, até 1920, havia batuques no Largo do Rosário, no dia 13 de maio. Em São Carlos, eram famosos os batuques do Cinzeiro, o bairro do Bola Preta, por causa da população negra e pobre que ali residia. Não passava mês sem batuque, que ia de sábado a domingo quando o sol raiava, de acordo com Araújo (1997).

Fontes: Comunidade Negra - São Paulo; Enciclopédia da Música Brasileira; Batuque: a identidade nos corpos - Free Online Library.

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