domingo, 10 de abril de 2011

Cantos de trabalho

Os cantos de trabalho são cantigas que acompanhavam o trabalho, regulando e coordenando os movimentos do corpo.
Há no Brasil grande variedade de cantos de trabalho, remontando a maioria ao período colonial, quando a mão-de-obra escrava foi amplamente empregada na lavoura, na mineração e na cidade.

Hoje, parte considerável desses cantos se encontra extinta, dado o processo de modernização. Em geral trata-se de expressões musicais primária e simples, constituídas por onomatopéias como ei!, ai!, ó!, hum! — interjeições de estímulo e reforço.

Também outras cantigas, por terem cadência apropriada são utilizadas nos cantos de trabalho: as tiranas por exemplo, cantadas pelos canoeiros e barqueiros da Bahia.

Alguns cantos de trabalho:

1) O canto-dos-carregadores-de-piano; 2) O aboio; 3) Os vissungos; 4) O cantar elogio ou cantar ao desafio, observados em Pernambuco em fins do século passado, eram im provisado pelos trabalhadores nos eitos, lavrando a terra e derrubando as matas, e nos engenhos, moendo a cana e preparando o açúcar. Esse tipo de canto, em versos improvisados, era conhecido em Sergipe como arrazoado; 5) A peja, realizada pelos trabalhadores de engenho, era a festa que comemorava o término dos trabalhos de moagem da safra colhida. Colocando as canas nas moendas, os trabalhadores cantavam versos alusivos à conclusão das tarefas, como o que dizia “acabou-se a cana / acabou-se o mé / até para o ano / se Deus quisé”, que foi conservado entre estrofes de um coco alagoano; 6) Os pregões;  7) Cantigas de mendigos ou cantos de pedintes; 8) Os acalantos.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira.

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