Tutu Marambá |
Os acalantos são canções de ninar, de caráter nacional na estrutura melódica e nos textos, embora muitos estudiosos lhes atribuam também origem portuguesa.
É que nos textos por vezes se intercalam quadras igualmente usadas naquele país.
De melodia simples, com uma forma de canto bastante rudimentar, os acalantos podem apresentar letra onomatopaica, propiciando a necessária monotonia para adormecer a criança. O acalanto mais popular talvez seja o Tutu Marambá.
Tutu Marambá
Em 1929 Joubert de Carvalho mostrou para Olegário Mariano as melodias para dois poemas seus, o Cai, cai, balão e Tutu Marambá, gravadas por Gastão Formenti, dando início a uma parceria de 24 composições.
Tutu Marambá (canção, 1929), Joubert de Carvalho e Olegário Mariano
Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar...
No seu berço de renda
Com brocardo de oiro
Os olhinhos redondos
De tanta alegria!
Ele olha a vida
Como quem olha um tesoiro
Meu filho
É o mais lindo dessa freguesia!
O filho da coruja
A boquinha em rosa
A mãozinha suja
Com os dedinhos gordos
Já dá adeus!
Fala uma língua que ninguém compreende
Toda a gente que o vê se surpreende
Tão bonitinho
Benza Deus!
É redondo
Como uma bola
O seu polichinelo
Como um grande riso
A única cousa que o consola:
Meu filho é o meu melhor sorriso...
De noite clara
Anda lá fora
O luar entra no quarto mais lindo
Com a expressão angélica de beijar
Ronda o berço
O menino está dormindo
Então a vó de maldizente
Vai cantando no finalmente:
Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar...
Mais acalantos
Dorme filhinho / Tenho muito que fazer
Lavar e engomar / Camisinha pra você
Desce gatinho / Lá de cima do telhado
Pra ver se meu filhinho / Dorme um sono sossegado
A camisa do nenê / Não se lava com sabão
Lava com lírio verde / Água do meu coração
Dorme, dorme, meu filhinho / É noite, papai já veio
Teu maninho também dorme / Embalado no meu seio
Sapo cururu / Da beira do rio
Vem comer este menino / Que não quer dormir
Esse menino não é meu / Me deram para criar
O consolo de quem cria / É saber acalentar
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