A embolada é um processo poético-musical que ocorre em várias danças, como o coco, em cantos puros, como o desafio, e que pode também ter vida independente.
Originária do Nordeste brasileiro, onde é freqüente na zona litorânea e mais rara na sertaneja, a embolada tem como características: melodia mais ou menos declamatória, em valores rápidos e intervalos curtos; texto geralmente cômico, satírico ou descritivo, ou consistindo numa sucessão lúdica de palavras associadas pelo seu valor sonoro.
Em qualquer dos casos, o texto é freqüentemente cheio de aliterações e onomatopéias, de dicção complicada, agravada pela rapidez do movimento musical.
Apresenta forma de estrofe-refrão, e a estrofe, conforme descreve Renato Almeida, é em oitava, quase sempre com o primeiro de quatro sílabas e os outros de sete sílabas; quando a oitava é bipartida, o quinto verso, seja, o primeiro da segunda quadra, é também tetrassílabo.
A embolada pode ser de uma volta — o coro canta após cada quadra — ou de duas voltas — o cantador utiliza a estrofe de oito versos.
Para Luís da Câmara Cascudo, a embolada tem como características o refrão e a estrofe de seis versos, enquanto para Leonardo Mota é um tipo de martelo, sendo a estrofe de dez versos com cinco sílabas.
Inicialmente rural, a embolada passou para as cidades, caindo no domínio dos cantores de rádio e de disco. Com essa transferência, sua complicação verbal e sua rapidez foram acentuadas, tendo as suas manifestações urbanas perdido, por isso, um certo lirismo, de que se reveste nas zonas rurais nordestinas.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário